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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Um brinde à descoberta - Hirtis Lazarin

 



Um brinde à descoberta

Hirtis Lazarin


Olhei para o relógio e os ponteiros do relógio já marcavam 1:30 horas da manhã.  O calor era tanto que expulsou meu sono.  

Abri a janela do meu quarto e lá estava a lua cheia, cheia de beleza.  Há tempos não a via assim explodindo de felicidade.  Parecia tão perto de mim que, quando me dei conta, eu estava na ponta dos pés, braço esticado tentando apalpá-la.  Senti vergonha desse gesto tão infantil.

Lá embaixo, as ruas bem iluminadas e solitárias.  Muitas árvores copadas.  As folhas aquietadas nos galhos por conta da ausência de uma brisa que as acalentasse.

Muros de concreto, janelas de edifícios  e casas vizinhas.

Vários containers sobrecarregados com pedaços de tijolos e de madeira que já foram paredes, portas e janelas.  São histórias de famílias antigas do bairro que desabam, se misturam à espera daqueles que as enterrarão.

Meus olhos buscam e, no prédio em frente, encontro uma sacada iluminada.  A única. Fixo atentamente os olhos e distingo a figura de um rapaz.  Na mão uma garrafa de cerveja.  "Boa ideia”.  Corro até a geladeira e imito-o naquele silêncio sem o latido de um cachorro assustado, sem o pio de uma ave noturna.

Brindo sozinha a descoberta.

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