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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Da janela - Ana Catarina Sant'Anna Maués

 



Da janela

Ana Catarina Sant'Anna Maués

 

   Da janela lateral do meu quarto, eu o vejo todas as tardes. De onde virá? Para onde irá?

   Será que carrega algum empresário famoso? Será que disfarça malotes de dinheiro sujo? Talvez seja contrabandista de armas?  Não, não, por certo derrama todas os dias pétalas de rosas para alguma amada?

   São tantas indagações todas as vezes que o contemplo reluzindo ao sol, mas hoje ouso apostar que ele passa para me ver, observar minha janela lá de cima, pois eu aceno todas as vezes e ele, por certo, já espera por isso, não conseguindo mais viver sem essa visão.

   Do alto ele não enxerga meus cabelos alvos em neve, nem as maçãs enrugadas do meu rosto, mas nem por isso menos ruborizadas com a ansiedade de um dia ele chegar próximo e trocarmos juras de amor com olhinhos faiscantes de emoção. 

 Eu e meu piloto desconhecido mantemos um elo, a altura não é empecilho  para a paixão.

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