“Elefante de Rodinhas”
Hirtis Lazarin
“Elefante de Rodinhas” foi o apelido que Juju deu ao aspirador de
pó da vovó Cidinha.
Potente
e funcional
Como
engolidor era o tal.
Tudo
ia pra sua barriga:
poeira,
insetos e até cacos de cristal.
Um dia deparou-se com uma barata atrevida,
que se esforçou pra encontrar uma saída.
Fez
o aspirador de bobalhão.
Corria
pra cá
voava
pra lá.
Entrava
e saía do buraco
e
gargalhava de montão.
O
aspirador transformou-se num lobo.
—
“ Ah! Ela não sabe o que virá”!
Deu trabalho…Muito trabalho.
Mas não desistiu.
Suou a camisa,
tropeçou no fio e
esborrachou-se no chão.
Mas bastou um descuido só
Abocanhou a barata
sem piedade nem dó.
O aspirador não sabia o tamanho do azar que a barata lhe traria.
Num belo dia ensolarado
O aspirador amanheceu todo inchado
espirrando sem parar.
O corpo todo empelolado
não saía do lugar.
Foi
desmontado e montado
num
punhado de pecinhas.
O
técnico resolveu contar
a
verdade pra Dona Cidinha.
“Está
velho, ultrapassado
já
fez muito, esse coitado!
Ele
merece todo respeito e cortesia,
Concede-lhe
a aposentadoria”.
Dona Cidinha não teve outra saída.
E concordou toda dolorida…
Desfazer-me
do amigo nem pensar
Seu
valor é sentimental.
Ficará
sempre comigo
num
lugar todo especial.
Aspirador que espirra
não é boato nem história.
Ocupará pra sempre
da
Dona Cidinha
um
cantinho na memória.
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