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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Ah! Os faróis de Maine... - Dinah Ribeiro de Amorim


Ah! Os faróis de Maine...
Dinah Ribeiro de Amorim

  Maine, uma bela cidade litorânea dos Estados Unidos, além das belezas naturais e das incríveis construções, tem uma enorme produção de lagostas em suas águas, tornando-se a grande riqueza econômica da região. Atrai inúmeros turistas, e pessoas interessadas nesse tipo de comércio. A movimentação de embarcações em seu porto é grande, por causa disso há cerca de sessenta faróis que iluminam suas noites, cruzando os ares com suas luzes, orientando nos mares bravios os navios mais tardios. Seu observatório é um dos mais altos e poderosos do mundo.

  Neste lugar encantador, aportou um dia, Richard, um robusto rapaz holandês, muito louro, bonito, que apaixonando-se pelo local, acabou se estabelecendo na pensão da simpática Shirley, e sua filha Nancy de dezesseis anos, muito desenvolvida para a idade, aparentando ser mais adulta.

Richard e Nancy, atraídos mutuamente, logo travaram grande amizade. Combinavam passeios, trocavam palavras desconhecidas, aprenderam um a linguagem do outro.

Numa bela noite enluarada, dessas que não se consegue ficar em casa, resolveram ir até o cais, observar os faróis.

Caminharam até o observatório da ponte, subiram seus inúmeros degraus, chegando cansados, ao ponto mais alto. Maravilhados com aquele encontro de luzes, águas negras batendo nas rochas em forma de espumas brancas, semelhante a flocos de neve faiscantes, como se as estrelas do céu estivessem refletindo seu brilho dentro do mar, perceberam uma pequena embarcação chegando, calmamente, aproximando-se do ancoradouro.

  Olhando mais atentamente, reconheceram o barco de Mestre William, um dos pescadores locais, chegando tardiamente e pouco iluminado. Preocupados, supondo que poderia estar ocorrendo algo anormal, avisaram a guarda costeira que logo o iluminou com seus faróis, tornando totalmente visível a embarcação.

Ah! Os faróis de Maine!

Sessenta faróis iluminando em cheio o barco de Mestre William, era como se tivesse nascido o dia!

Assustado, Mestre William, apareceu no convés, seguido de uma mulher desajeitada, com os cabelos desalinhados, tentando rapidamente se compor. Muito sem jeito, o Mestre fez um sinal com as mãos, avisando a polícia que estava tudo bem.

Saíra apenas para um pequeno passeio com a namorada – pensou - e logo ficou todo a descoberto.

  Nancy e Richard, com gargalhadas maliciosas, desceram rapidamente as escadas, loucos para contar a nova fofoca da cidade: o namoro de Mestre William com uma desconhecida.

  Ao entrarem em casa, procuraram por Shirley, mãe de Nancy, acreditando que ela amaria saber o que haviam feito. Shirley era louca por uma piada!  Mas, não a encontram. Chamaram seu nome e, nada. Esperaram na sala e, meio sem jeito, apressada e desarrumada, de olhos baixos, depararam à porta com uma Shirley tímida, envergonhada, que correu para seu quarto.


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