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domingo, 25 de agosto de 2024

O SEQUESTRO - Dinah Ribeiro de Amorim

 

 




O SEQUESTRO

Dinah Ribeiro de Amorim

 

Amy Lancaster, famosa modelo americana, destaca-se muito no meio da moda pela sua beleza e porte. Cria tanta fama que recebe convite para participar como convidada especial numa famosa exibição de moda, em Paris.

É o sonho de toda modelo, tornar-se de fama internacional, principalmente, em Paris, o mundo da moda.

A empresa que a contrata, na América, estabelece contatos com a equipe em Paris, reservando-lhe o melhor hotel da cidade e outras mordomias.

Amy, vaidosa, sente-se, finalmente, realizada. Consagrou-se, após muito treino e esforço.

Ao chegar a Paris, seu coração acelera, só ao avistar as lindas paisagens.

É o sonho que se realiza, após tantas fantasias imaginadas, a esse respeito.

Acompanhada de duas amigas, também modelos, descansa no quarto de hotel, até serem chamadas para fotos e ensaios do desfile.

Em Paris, o mundo da moda é lindo, de fama mundial, sendo os rumores e as intrigas costumeiras, internas, sabiamente não divulgadas.

Iriam desfiar duas equipes, com suas modelos e inovações: a formada pelo famoso Lui Le Blanc, antigo, de conhecimento mundial, mas considerado, por muitos, já ultrapassado e, Maurice Coteaux, um novato, exibicionista, que ameaça derrubar o colega.

Como em toda profissão, existe a inveja, o poder, a briga, a conquista pela soberania que, se necessário, poderá chegar às brigas e às loucuras.

Apesar das novas modelos convidadas, serem bem guardadas, com acompanhantes e guardas secretos, existe a preocupação de sofrerem qualquer desagravo. Vieram para desfilar para Lui Le Blanc e são guardadas pela equipe dele, apesar dos muitos serviçais infiltrados em sua empresa, para espionarem as atividades, a serviço de Maurice Coteaux.

Claro que Amy e as amigas não sabem disso. Paris representa o ideal delas, em assunto de moda e nada de perigo as perturba e as acomete.

Uma tarde quente, não prevista, invade Paris. Amy, vendo que estão sem água gelada, enquanto as amigas dormem, sai ao corredor à procura de gelo, com alguma camareira de plantão. Parece que todos dormem devido ao calor.

Não a encontra. Percorre, curiosa, os arredores do belíssimo hotel, cheio de detalhes do tempo dos reis de França. Admira-se com quadros e enfeites, distraída, quando é agarrada, bruscamente, por braços fortes que lhe prendem as mãos e, antes que consiga gritar, colocam um tampão em sua boca. Sente-se empurrada para uma porta de saída e, antes que emita algum som, fazem-na adormecer com algo que lhe dão para cheirar.

Adormecida, é colocada em um carro que sai às pressas, antes que alguém os aviste.

Pobre Amy, acorda algumas horas depois, sonolenta, prisioneira, colocada numa cama malcheirosa, num quarto pequeno, que revela o lado pobre de Paris.

Muito assustada, trêmula, pergunta ao rapaz feio, de boné preto, que toma conta dela, onde está? Por que fizeram isso?

Ele não responde. Pensa nas amigas do seu quarto. Será que darão por sua falta?

As modelos que ficaram dormindo, acordam e, assustadas, descobrem que Amy não está. Tentam avisar a guarda do hotel, a empresa que as contratou, e também a polícia.

Logo, o quarto delas é invadido por policiais, investigadores, jornalistas, querendo mais informações e novidades sobre esse famoso rapto.

Lui Le Blanc, o famoso estilista que a contratou, descabelado e eufórico, tem uma leve desconfiança do acontecido. Maurice Coteaux deve estar por trás desse rapto. Não quer que seu nome apareça mais que o dele. É capaz de tudo por ambição e exibir seu nome.

A sujeira da bela moda e dos desfiles caríssimos também existe em Paris.

Aconselhado pelo advogado, resolve suspender o dia do desfile, até encontrarem a linda modelo Amy Lancaster. Não haverá mais nenhuma exibição, e tranca-se em seu escritório.

Os jornais e revistas noticiam o fato e a polícia de Nova Iorque é chamada para auxiliar a investigação.

As notícias pela televisão só falam nisso e até Amy, prisioneira, fica ouvindo sobre o seu rapto. Se pudesse se comunicar com eles, de algum modo, como seria bom.

O rapaz que está com ela, tomando conta, impede que fuja, mas não parece muito ruim de todo. Serve-lhe as refeições, arruma-lhe a cama para dormir, olha-a às vezes, com curiosidade. Parece entender de moda também.

Amy pergunta seu nome e chama-se Gilbert, natural de Givenchy, a terra de Monet. Como ele, gosta também de pintura.

Amy aproveita a arte para que ele se abra mais e converse com ela. Gilbert acaba confessando sua paixão por pintura e ter entrado na moda como auxiliar de Maurice, por falta de dinheiro. Confessa também que foi raptada para não brilhar no desfile de Lui, o grande rival que a contratou, sendo achada logo após, e devolvida à América. Ele e seus companheiros receberiam muita grana com o seu rapto e fugiriam de Paris, auxiliados, antes que alguém os descobrisse.

Amy começa a arquitetar um plano de fuga dali, após a conversa com o rapaz, que se torna amigável.

Ouve, por uma fresta da janela, os sinos que tocam, várias vezes ao dia, então deduz que está próxima à matriz Notre Dame. Pela mesma fresta, consegue ver os contornos da Torre Eifel, está próxima ao centro, não muito longe do hotel.

Percebe que muitos passantes caminham por ali. Seria fácil jogar algum bilhete na rua ou uma bola de papel neles. Como conseguir escrever algo?

Gilbert, enquanto toma conta dela, desenha o tempo todo. Tem papel e lápis. Deve estar desenhando seu rosto, percebe porque ele a olha, ocasionalmente.

Amy tem uma ideia. Embebedá-lo, atraí-lo, quem sabe consegue pegar o papel e jogá-lo pela janela.

Numa estante velha, jogada num canto, percebe uma garrafa de rum.

Fazendo-se tristonha e chorosa, convence o rapaz a tomarem uma bebedeira, já que estão juntos e ficarão lá algum tempo.

Gilbert cheira a garrafa e acha que ficarão mal, é muito velha.

Não faz mal, afirma categórica Amy, rum não estraga, quanto mais velho, melhor. E os dois entram na bebedeira. Ela toma cuidado para não cair em exagero, derrama um pouco na roupa, que fica cheirando álcool.

Gilbert, exagera, sentindo-se meio liberto da culpa que anda a sentir e Amy apanha disfarçadamente o retrato e joga pelo buraco do vidro da janela, feito um canudo.

O papel é encontrado, reconhecido por uma senhora idosa que vê muito a televisão. Entrega-o ao guarda da rua que, imediatamente, o leva à delegacia. A senhora informa onde o encontrou.

Pelo barulho, Amy entende que a descobriram e espera a sua liberdade. Gilbert, sonolento e bêbado, nem percebe quando o carregam, após abrirem a porta do quarto.

A modelo famosa torna-se mais famosa ainda, depois que é liberta.

Gilbert é preso e obrigado a revelar seu mandante, Maurice Coteaux, o invejoso, afastado do desfile e obrigado a se defender da acusação de rapto.

Acontece o desfile de Lui Le Blanc, com muita pompa e modelos famosos. Ainda é a coqueluche de Paris.

A carreira de Amy se desenrola muito, após isso, que percorre o mundo todo.

 

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