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quarta-feira, 3 de julho de 2024

As Crianças e o gnomo do bosque - Adelaide Dittmers

 


 

As Crianças e o gnomo do bosque

Adelaide Dittmers

 

Beto, João, Roberta e Lena adoravam brincar no bosque perto de suas casas.  Subiam nas árvores, molhavam-se nas águas verdes do lago e escondiam-se uns dos outros, gritando de alegria quando eram encontrados.

Em uma tarde de sol, em que caminhavam  entre os arbustos, as crianças se depararam com uma amoreira carregada. Foi uma festa. Deliciavam-se com as frutinhas, quando dentre os galhos surgiu um homenzinho verde com cheiro de flores do campo.  Os quatro deram um berro assustados, mas o anão os acalmou:

— Não vou fazer mal a vocês.

— Quem é você? Gritaram em coro.

— Sou um gnomo.  Protejo as florestas.

— Um gnomo! Que legal! Exclamou Lena.

O gnomo disse então que sempre os via no bosque e se divertia com eles.  Percebia também que brincavam sem ferir a vegetação, o que o deixava muito feliz.

— E por que você nunca apareceu para brincar conosco? Perguntou Beto.

— Para não assustá-los.  Mas hoje resolvi me mostrar.  Preciso da ajuda de vocês.

— Nossa ajuda! Gritaram todos ao mesmo tempo.

O gnomo então lhes falou que estava muito triste e preocupado.  As pessoas não respeitavam mais a natureza.  Cortam  as árvores, jogam lixo nas águas dos lagos, rios e mar. Que peixes estão morrendo engolindo plásticos.  Colocam fogo nas florestas.

Quando terminou, as crianças estavam caladas, com os olhos muito abertos.

— É por essa razão, que vim falar com vocês, que são o futuro deste nosso planeta.

— Como podemos ajudar? Perguntou Roberta, que pareceu ter despertado de um pesadelo.

O homenzinho lhes explicou que como gnomo não poderia usar superpoderes, que era apenas um protetor da natureza, mas eles como seres humanos poderiam, sim, usá-los.

— Vocês aceitam?

As crianças se entreolharam:

— E como seriam? Perguntou João.

— Terão o poder de impedir que as pessoas pratiquem atos que prejudiquem o meio ambiente.

 

— Aceitamos, gritaram os quatro muito empolgados.

O gnomo estendeu a mão e um raio de luz atingiu cada um deles e quando erguessem a mão anulariam qualquer ação que prejudicasse o sistema natural da terra.

Eles se sentiram orgulhosos pela missão e, agradecendo ao homenzinho, afirmaram que fariam tudo para proteger a natureza.

No dia seguinte. Roberta estava indo para a escola, quando, passando por uma ponte, viu um homem jogando um enorme saco de lixo no rio.  Estendeu a mãozinha e o saco caiu em cima dele.  O homem sujo e fedorento ouviu a menina gritar:

— Quem joga lixo no rio é mais lixo do que homem.

Ele baixou a cabeça envergonhado.

Dois dias depois, Beto andava de bicicleta ao lado de um campo de vegetação baixa, onde dois homens ateavam fogo para queimá-lo, talvez para torná-lo um pasto. O menino levantou a mão e um grande jato de água apagou a chama e derrubou os homens.

O menino berrou:

— Aqui é lugar para plantar.  Não devaste a natureza.

Lena impediu um lenhador de cortar o único jacarandá das redondezas. João viu pessoas jogarem garrafas plásticas de um barco no mar.  Com um movimento, fez com que caísse na água.

Por onde passava, evitavam o desrespeito à natureza.  Os habitantes do lugar se perguntavam o que estava acontecendo. Percebendo a repercussão do que estava acontecendo, os quatro começaram a falar na escola e com os amigos sobre a importância de se conservar as águas limpas, as florestas e proteger os animais.

Corriam pelo bosque, quando desabou uma chuva, molhando-os todos.  Abriram os braços, deliciando-se com o banho frio, saltando de um lado para outro. De repente, o homenzinho verde apareceu para a alegria deles e também se juntou à brincadeira.

Depois parou e sério agradeceu o que tinham feito e que, de agora em diante, não teriam mais superpoderes.

Os rostinhos deles murcharam, mas o gnomo acrescentou comovido.

— Agora vocês já aprenderam a convencer as pessoas apenas com suas palavras, que são muito mais importantes e poderosas do que poderes porque chegam ao coração e à compreensão daqueles que as ouvem.

Um “Vivaa” molhado encheu o bosque.

 

   

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. História infantil educativa, de inspiração criativa, muito bem construída. Gostei muito.

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