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quinta-feira, 29 de julho de 2021

O GRANDE TWIST - Helio Salema

 


O GRANDE TWIST

Helio Salema

 

Na fazenda em que meu tio trabalhava havia muitos animais. Nós crianças gostávamos do bode DODÔ, porque ele puxava a carrocinha com três crianças de cada vez. Era uma farra. Dar milhos para as galinhas e colher ovos era uma maravilha. Tão bom quanto tomar banho no ribeirão. Escalar os pés de frutas era competição para quem subisse mais alto e colhesse mais.

O único lugar que não podíamos nem chegar perto era cercado do touro twist.

 O velho Manuel que vivia ali há muitos anos, disse que a filha do dono, deu este nome porque quando pequenininho ele não parava. Pulava pra todos os lados. Parecia que estava dançando.

Ele contava e ria ao mesmo tempo. Dizia que nunca viu ninguém dançar assim.

A baia tinha duas cercas de arame farpado com mourões grossos e muito resistentes. Ficava abaixo da estrada quase um buraco. Mesmo os adultos evitavam chegar perto da cerca, pois isso deixaria o touro enfezado.

Um dia uma criança muito curiosa aproximou-se da cerca, quando viu o touro agitado saiu correndo e chorando igual bezerro desmamado.

O dono da fazenda tinha muito orgulho do Twist, que sempre ganhava troféus. Ele dizia que o touro valia muito dinheiro. Eu não entendia o porquê. Para mim ele é majestoso e imponente. Bonito de ser admirado de longe.

Um dia quando eu chegava do colégio, encontrei lá em casa meu tio. Queria saber se no próximo feriado eu iria passar na fazenda.

Fiquei contente com a possibilidade, mas quando ele disse que o touro tinha morrido, fiquei triste e nunca mais quis voltar à fazenda.

 

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