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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

HISTÓRIAS DO VELHO OESTE - Henrique Schnaider

 


HISTÓRIAS DO VELHO OESTE

Henrique Schnaider

O Xerife Noel nasceu e viveu por muito tempo no rancho dos seus pais. Era do tipo durão domava cavalo xucro no laço e deixava o bicho mansinho. Até que um dia conheceu Rina bela garota pertencente a uma família tradicional da cidade.

Mudaram-se para a city e foi aí que Noel tornou-se o Xerife devido a fama que criou de corajoso e valente. E deste casamento nasceu Siena.

A cena rápida se passa na sala do Xerife Noel sentado com botas e as pernas cruzadas em cima da mesa.

Azeitando o revólver 38, admirando a beleza da arma quando de repente ouvem-se três tiros certeiros ressoando por toda a sala e o Xerife tomba a cabeça para o lado. Estava morto, um filete de sangue escorre bem do meio da testa.

Siena observa com o olhar triste os policiais encostarem a carroça para retirarem o corpo do seu pai inerte na cadeira de Xerife que Joel se sentou por tantos anos e dali tomava conta da cidade e de todos os malfeitores.

A cidade de Farway era típica do velho Oeste. Tinha um Banco e um bar com a tradicional porta giratória onde os rancheiros tomavam Whisky forte, que descia queimando o peito. Uma estrebaria cheia de cavalos e um ferreiro que tinha muito serviço para troca de ferraduras. Carruagens chegando da Cia Wells Fargo. Pessoas chegando cheias de pó da estrada e outras partindo esperando só a troca dos cavalos.

As vezes apareciam bandos de assaltantes para tomar o dinheiro do Banco e lá estava o Xerife Noel trocando tiros com os facínoras. Duelos aconteciam na porta do bar e alguém com certeza sairia morto.

O enforcamento com uma corda enlaçada em uma árvore era comum,  a lei era dura.

Foi neste ambiente rústico e violento que Siena nasceu e cresceu, mas em casa recebia muito amor e carinho dos pais e das tias e estava sendo educada para a vida de uma mulher daquela época que era ser uma boa mãe e ótima dona de casa.

Quando já adulta Siena conheceu o rancheiro John à porta da estrebaria, e aconteciam trocas de olhares tímidos no começo e depois mais corajosos.

Quando Noel soube do flerte da filha, foi tomado de muito ciúme e a relação com a tornou-se amarga.  Ele proibiu Siena de se encontrar com aquele que tomou conta de seu coração.

A situação ia de mal a pior,  e só a mãe dela a doce Rina, a apoiava e via com bons olhos o futuro casamento da filha. As discussões com o marido eram cada vez mais constantes.

Um dia Rina resolveu ter uma conversa definitiva com ele,   e foi até a sala do Xerife. Nesse exatamente instante, ao entrar, soam os três tiros matando Noel, e junto com ela sai outra pessoa.

A aglomeração foi rápida e as  cidade toda achando que Siena havia matado o pai, já estavam ao ponto de linchar a pobre moça, quando o namorado se apresenta ao subdelegado e confessa o crime alegando que aconteceu depois de uma discussão.

Acontece o julgamento. E quinze dias depois, começaram os preparativos para o enforcamento do rancheiro. A cidade estava em polvorosa.  Siena estava inconsolável.  E na hora que o banco iria ser puxado dando o desenlace fatal, Siena grita e pede para interromper:

— Eu sou a culpada! Fui eu! John só quis me proteger

Um silêncio pairou por alguns segundos, e na sequência um burburinho se formou. Justo ela, a filha do xerife!

A lei naquela época era severa e justa, criada pelo próprio Noel, e Siena foi julgada, condenada e enforcada.

E assim foi o triste fim desta história do Xerife Noel que enfrentava bandidos perigosos e violentos, mas que acabou sendo morto pela pessoa que mais amava.

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