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quarta-feira, 1 de julho de 2020

UM AMOR IMPOSSÍVEL! - Dinah Ribeiro de Amorim



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UM AMOR IMPOSSÍVEL!
Dinah Ribeiro de Amorim



Estamos em 1820, na antiga São Paulo, com suas calçadas de pedra, ruas sem asfalto, cavaleiros apressados com chapéus de abas largas, carroças que carregam fardos por todos os lados.

Laura, ainda jovem, elegante em seu porte, demonstra a ascendência nobre dos barões do café. Família tradicional paulista. Caminha apressada pela tradicional rua XV de Novembro, procurando distrair pensamentos confusos em alguma chapelaria do momento.

Obediente à orientação dos pais, casou-se cedo, por conveniência, com o filho do médico de seu pai, político proeminente, Dr. Álvaro Alves Mathias, renomado advogado.

Após cinco anos de relacionamento respeitoso, mas sem amor, conhece, acidentalmente, outro homem, o encantador Mario Fernandes, famoso galanteador nas rodas sociais. Apaixona-se por ele, sente pela primeira vez o que é uma atração por amor, de verdade. Mário, ao vê-la, experimenta um sentimento diferente, desiste de suas conquistas e desperta para o amor sincero. Entra em depressão ao saber que é casada e, honesta, não admite ter um caso. Contenta-se em vê-la, trocar bilhetes apaixonados, encontros fortuitos, que trazem angústia e desprazer ao casal apaixonado.

Enquanto Laura caminha pela cidade, confusa, medita no último bilhete que recebeu de Mário e como responder. Propõe-lhe uma fuga a Paris, cidade da Belle Époque, paraíso dos amores eternos. O medo da reação do pai, a dor e a desonra que irá causar ao marido tão conceituado, e a tentação da felicidade junto ao homem que ama, a fazem apressar os passos, tenta, com movimentos, afastar pensamentos.

Distraída, dobra uma esquina e vê, do outro lado da rua, um letreiro chamativo: “Chapelaria Charmosa”.  Atravessa rápido e esquece-se de olhar, nessa calmaria da cidade em crescimento. É atropelada por uma carroça pesada que vem em direção ao centro. Socorrida pelos transeuntes, chamam uma Emergência, mas comentam: “Coitada, bateu forte a cabeça na pedra, parece que morreu!”

Após os dias de praxe, encontram-se no cemitério, para último adeus, a família de Laura, seus pais desconsolados, o marido Álvaro, triste, que amarga no bolso um bilhete encontrado. E, para espanto geral, o jovem conquistador da cidade, que, sem controle, derrama copiosas lágrimas.

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