A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

FIGURAS DE LINGUAGEM

DISPOSITIVOS LITERÁRIOS

FERRAMENTAS LITERÁRIAS

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Quando o tempo é o pior inimigo, mas nem sempre - Henrique Schnaider



Olhos, Mulher, Rosto, Menina, Olho, Retrato, Modelo



QUANDO O TEMPO É O PIOR INIMIGO, MAS NEM SEMPRE
Henrique Schnaider


Brian era um magnata das comunicações, dominava tudo como um rei absoluto, era o dono da noite, dominava como poucos a política brasileira, numa época que havia homens como Getúlio Vargas, elegia para os mais altos cargos, políticos medíocres, perto dele sempre havia uma bomba prestes a explodir, quando fazia uso das manchetes do seu jornal diário.

Tinha um faro incomum, tanto para criar celebridades como arruinar reputações, deu fama a inúmeros escritores. Naquele Outono, o sol caia com uma luz pálida e macia, nosso herói sentia um peso no coração.

Sonhava por um amor que o envolvesse por inteiro, mulheres, as tinha, quantas quisesse no jogo do amor, todas enxergavam nele a mina de ouro, puro jogo de interesses

Brian permanecia intocado pelo cupido, o rei quando estava na mesa de trabalho, sentia-se numa prisão, precisava de novos ares, deixar-se levar pelas ondas do amor.

Certo dia, nosso herói, entrou no elevador na sede do Império de notícias, ficou paralisado, entreolharam-se, aquela garota jovem, não deveria ter mais de quinze anos, ficou deslumbrado, deu um sorriso doce na direção dela, perguntou o seu nome, sotaque argentino, de nome Cora Acuña,  acompanhada da avó.

A garota, insistiu no olhar, deu um sorriso tímido, pareceu corresponder, naquele momento sua vida viraria um conto de fadas, Brian despediu-se cheio de mesuras e assim que entrou no escritório, deu ordens para obter informações daquela que balançou aquele coração de pedra.

Brian com fogo e paixão aguardava ansioso, as informações, não demoraram a chegar, o rei enviou uma corbelha de orquídeas, para aquela pensão humilde, com um convite para jantar, num restaurante luxuoso onde ele era habitue.

O rei não perdeu tempo, foi até a pensão num tremendo Roll Royce, com chofer de uniforme, provocando um alvoroço, naquela gente simples, levando Cora e a avó, deixando as pessoas verdes de inveja.

Durante o jantar, conversaram à vontade, Cora sentia que era a chance de uma vida estelar, correspondeu todo charme que nosso herói jogava para ela.

Não demorou muito tempo, já acontecia um tórrido romance, Brian convenceu a avó e foram morar num palacete os três, em uma rua fina, cheia de luxo. Corita virou celebridade, apesar de todo escândalo provocado por alguém tão jovem vivendo com um homem maduro, mas o poder de Brian, superou tudo, menos um ciúme patológico, as brigas eram frequentes.

Viveram alguns anos, aos trancos, até o poder da juventude falar mais alto, Corita estava apaixonada por um jovem ator de cinema, com quem havia contracenado, o amor uma torrente, a jovem abandona o rei e foge com o novo amor.

Brian sentiu o golpe profundo, mas levantou-se das cinzas, não se deu por vencido, iria lutar pela mulher que conquistou o coração do todo poderoso.
Ele não perdia de vista a amada Corita, acompanhando tudo que rolava na vida dela, tinha certeza de que aquela aventura não iria longe, com toda a influência que possuía, as portas se fecharam para o jovem casal.

Não há amor que resista à barriga vazia, o amor derreteu, as brigas tornaram-se frequentes, e Brian só na cola, Corita não resistiu, o jovem casal, rompeu, daí para o retorno dela aos braços de Brian foi um pulo, e o magnata teve de volta a amada, seguiu a vida feliz como um garoto que acabou de ganhar um doce maravilhoso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.

As Meninas da Casa Verde – CAITANA - Adelaide Dittmers

  As Meninas da Casa Verde – CAITANA Adelaide Dittmers   Caitana, a mais velha das meninas da Casa Verde, muito religiosa e sóbria, er...