A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

FIGURAS DE LINGUAGEM

DISPOSITIVOS LITERÁRIOS

FERRAMENTAS LITERÁRIAS

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

FINALMENTE O PARAÍSO - Do Carmo

Imagem relacionada

FINALMENTE O PARAÍSO
Do Carmo


Em uma das ilhas do arquipélago de Faroé, em paradisíaca praia da vila Gasadalur, território da Dinamarca, Ricardo, jovem turista apaixonado por fotografias, passa por uma inusitada experiência jamais imaginada e principalmente acontecendo em sua solitária e primeira viagem de turismo.

Deslumbrado pela paisagem de exuberante beleza, com variada topografia de montanhas cobertas de flores coloridas, tal qual um caleidoscópio, abismos terminando com um mar agressivo de esmeralda, quedas d’água e morosos riachos cortando campinas, Ricardo fotografava compulsivamente.

De súbito, surpreende-se ao avistar um pequeno casario, composto de cinco casebres. Aproxima-se e constata que todas estão abandonadas há anos, elas têm espessa cobertura de areia trazida pelo vento marinho.

Ricardo empolgado fotografa-as de vários ângulos, e ao passar por uma delas, ouve um grunhido entre animalesco e humano.  

Cautelosamente, aproxima-se da choupana e notando a porta apenas encostada, empurra-a e, oh! Assusta-se com o que vê.

 Meu Deus! Será que estou tendo uma visão diabólica? Que lugar fétido, mal iluminado, como vive essa criatura! 

Em pé, de braços esticados, vê um ser, misto de humano e animal, sujo, com barba e cabelos enormes, falando em italiano corretamente.

— Eu sou Bruno, de família italiana, morava na Itália com meus pais quando aos doze anos, voltando da escola, fui sequestrado por três homens mascarados, que me aplicaram uma injeção e quando dei por mim, estava aqui, sozinho e abandonado, sem nada, somente com esse colchão. Estou aqui há dez anos. Diariamente converso com as paredes para não enlouquecer, conto os dias para saber o tempo que aqui estou. Durante todos esses anos, ninguém apareceu. Por favor, tenha piedade de mim, ajude-me a voltar para minha família, se é que ainda a tenho. Poço dar-lhe um abraço?

Ricardo abraçou-o emocionado, sem importar-se pelo estado deplorável em que se encontrava a pobre criatura.

Alguns tempo depois dessa singular emoção, os dois rapazes partiram na lancha de Ricardo, sem pensar nos empecilhos que passariam para conseguirem chegar ao destino almejado, atracou na primeira ilha que encontrou, comprou alimentos e água, e depois de um bom e tépido mergulho, os amigos sorrindo, sentaram-se na areia macia e comeram como dois irmãos.     


Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.

O cãozinho aventureiro - Alberto Landi

    O cãozinho aventureiro Alberto Landi                                       Era uma vez um cãozinho da raça Shih Tzu, quando ele chegou p...