Casa de Banhos
Helio Salema
Alguns amigos costumavam se reunir na casa de banhos.
Combinavam para assim poderem continuar as conversas iniciadas dias antes. Cada
um tinha um assunto preferido, negócios, política, família etc.
Inocêncio gostava de fazer comentários sobre outras
famílias que não as dos amigos presentes. Falava como se aquelas não
prestassem, não possuíam nenhuma qualidade. Parecia que às vezes ele exagerava
ou até colocava defeitos. Aproveitava para exaltar a sua própria família. O que
num certo momento um dos presentes cochichou no ouvido de alguém.
“E o porco falando do toucinho”
Granaildo colocava seus múltiplos negócios à frente de
qualquer outro assunto. Dizia dos realizados, todos com sucesso, e os que
pretendia realizar, obviamente com cem por cento de êxito garantido. Só não
comentava sobre prejuízos, que ocorreram no passado, dele e os que ele causou
aos outros.
Preventino pouco falava, mas ouvia tudo, atentamente. Um
dia, por estar muito compenetrado, chamou atenção de todos, que se calaram e
queriam saber o que ele pensava.
Diante do terrível silêncio e depois de muito meditar,
resolveu atender aos amigos.
— Perto de onde moro, estão construindo uma enorme casa.
Meu irmão ficou sabendo que um dos cômodos estava sendo reservado para a Casa
de Banhos da família.
Todos acharam um absurdo. Preventino completou:
— O mundo está mudando tanto que um dia o homem chegará
na lua.
Todos riram e ao saírem alguém disse:
— Você já está lá.
Preventino ficou só.
Parabéns Hélio gostei de ver a sua história e de como você já se adaptou ao ICAL
ResponderExcluirParabéns Helio!
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