A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

FIGURAS DE LINGUAGEM

DISPOSITIVOS LITERÁRIOS

FERRAMENTAS LITERÁRIAS

quarta-feira, 7 de julho de 2021

O ROUBO DA ESTÁTUA DO IMPERADOR - Henrique Schnaider

 


O ROUBO DA ESTÁTUA DO IMPERADOR

Henrique Schnaider

 

Dr. Langdon era um estudioso de antiguidades. Chegou de Londres, naquela manhã, em Roma. Foi direto para o Hotel no centro da movimentada cidade italiana, com as pessoas falando alto e cheias de gestos, e o aroma delicioso das massas com o molho que só eles sabem fazer.

Langdon tinha um encontro marcado com a Diretora e curadora do Museu do Vaticano, Dra. Siena, que o convocou  para que viesse com a máxima urgência. Aconteceu um roubo misterioso de uma escultura do Imperador romano, Augusto, que reinou o Império Romano, na época de Jesus.

Assim que chegou, lá estava ela aguardando ansiosa. Siena chamava a atenção pela beleza, uma Vênus de Milo. O Dr. se perdeu em olhares admirados pela Diretora.

— Olá Dr. Langdon, estava lhe aguardando com grande expectativa. Vamos ao local do acontecido. Não consigo entender como conseguiram efetuar o roubo da estátua do Imperador, já que temos vigias 24 horas e o local possui raios laser. Devem ser especialistas. Não sei qual foi a intenção e para onde levaram a estátua.

Langdon estava entretido entre olhar a beleza de Siena e procurar detalhes, no local do roubo, que lhe dessem alguma pista na investigação.  Pensava ele. — “As pessoas são capazes de ir muito mais longe por causa daquilo que temem do que por causa daquilo que desejam. Esse era o caso de quem efetuou este roubo audacioso”.

Depois de observar cada detalhe do local onde estava a estátua do Imperador:

— Foi realmente um trabalho de profissionais, não deixaram qualquer pista,  ou que seja, nem um pequeno detalhe do trabalho que fizeram, mas continuarei, se você permitir, a examinar detalhadamente o local do roubo.

Langdo possuía consigo vários aparelhos para um exame que o levasse aos autores do roubo. Então, se acende uma luz vermelha no cérebro e, automaticamente, no instinto investigativo dele, havia um pequeno pedaço de tecido que ele deduziu ser de uma roupa feminina.

Para Langdon, sempre que iniciava uma investigação era como uma luta sem tréguas. Ele tinha como lema a seguinte frase. “Todos temos a guerra dentro de nós. Às vezes ela nos mantém vivos. Outras vezes ela ameaça nos destruir”. Ele não perderia esta batalha por nada, até solucionar o caso.

— Eu vou voltar para hotel e analisar o que consegui de pistas do roubo, Siena.

Ele já tinha alguma desconfiança, mas quis voltar ao hotel, e na tranquilidade de seu apto, analisar com mais calma a conclusão a que chegou. Depois de examinar com lupa o pedaço de tecido, chegou a uma conclusão.

Por incrível que pareça a pista se abriu, pois Langdon desconfiado de Siena ao abraçá-la, antes de voltar ao hotel, conseguiu sem ela perceber tirar com uma pequena lâmina afiada, um pedacinho do tecido do vestido de Siena.

Voltaram ele e Siena a se encontrar no dia seguinte, a pedido de Langdon.

— Siena, analisei o tecido que peguei no local do roubo e tirei um pedacinho do vestido que você vestia ontem e são iguais.

— Eu te pergunto? Por que você está envolvida neste roubo?

Siena lhe responde sem pensar:

— É verdade Langdon, eu contratei profissionais para efetuar este roubo, para me vingar do Diretor Geral que me persegue desde que assumi o cargo de Diretora do Museu. Eu vou devolver a estátua, se você me prometer que não me acusará.

Langdon achou que valia a pena perdoar Siena e lhe disse:

— Não vou lhe acusar, você tem minha palavra de honra.

— Langdon,  existe um ditado famoso ao qual não segui: “A maior vingança contra um inimigo é perdoá-lo”, porém eu não consegui perdoar o Diretor Geral e cheia de ódio me vinguei.

Langdon sorri:  

— Vamos tomar um café e providencie a devolução da estátua. Ambos trocaram um olhar cúmplice e sorriram.  Siena deu o braço a Langdon e saíram andando tranquilamente.

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.

A ÚLTIMA CARTA - Helio Fernando Salema

  A ÚLTIMA CARTA Helio Fernando Salema     Ainda sentada em frente ao gerente do Banco, Adélia viu, no seu celular, a mensagem de D. Mercede...