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sábado, 3 de fevereiro de 2018

A GARRAFA NA PRAIA - Isabel Conde

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A GARRAFA NA PRAIA
Isabel Conde

O jovem estava bastante pensativo naquele dia e resolveu caminhar na praia.
Cabisbaixo, experimentando a brisa que vinha do mar, com os pés descalços a dar leves batidas sobre a combinação de água rasinha e a areia fina, apenas observando a impermanência sob seus pés.

Depois de algum tempo e sem nenhum ânimo, decidiu parar e sentar-se para olhar observar o milagre que era aquela imensidão de água diante de seus olhos. Assim que fixou o olhar nas primeiras ondas, viu uma garrafa de vidro verde escuro, com uma espécie de rolha, que parecia estar já bem desgastada.

Curioso, moveu-se rapidamente para apanhá-la. Claro que devia ser uma mensagem e percebeu que já estava quase animado de novo, só por se sentir presenciando aquele acontecimento.

 Fez várias suposições sobre o que seria a mensagem! Quem sabe uma carta de amor. Ou talvez, um pedido de socorro! Nossa! Aquilo seria incrível, parecia até que já tinha vivido isso, ainda que fosse através de uma cena de filme!

Tinha que abrir depressa para saber, finalmente, o que continha!

Mas, pensou, e se fosse algo ruim? Que o fizesse ficar ainda pior do que já estava?

Era visível que continha uma mensagem em seu interior e alem disso, parecia estar bem conservada. Ficou muito tempo olhando aquela garrafa e pensando o que fazer, enquanto os pensamentos ruins já lhe voltavam à cabeça.

Chegou a pensar em devolvê-la ao mar. Seus pensamentos já estavam tomados de tristeza novamente e imaginou como seria jogar-se junto com a garrafa, ao mar. Para sempre!
Uma gaivota passou grasnando, chamando sua atenção e fazendo com que saísse de tão negativos pensamentos. Resolveu que seria melhor abrir a garrafa de uma vez e assim, mataria logo a curiosidade. Certamente se sentiria melhor, até pelo simples fato de decidir finalmente o que fazer.

A tampa estava muito apertada e difícil de retirar, deve ter ficado muito tempo em alto mar. Mas não tinha importância, afinal ele já se sentia bem o suficiente para procurar algum instrumento que pudesse ajudar a abri-la já que não queria simplesmente quebrá-la em uma pedra qualquer. Tinha criado uma espécie de afeição por aquele objeto, resolveu levá-la para casa a fim de fazer isso lá.

Já era praticamente outra pessoa! Tinha reparado na alegria de observar as coisas pequenas enquanto ia para casa com aquela garrafa e o que o tinha deixado tão triste e deprimido antes, agora já não se comparava com a alegria de ter encontrado com sua família que o recebera com tanto carinho, o que na verdade era muito comum, ele é que nunca observava. Deu um abraço forte e demorado em todos, que retribuíram instantaneamente.


Era então o momento de conhecer seu conteúdo, de abri-la com cuidado. Retirou o papel que estava em seu interior e que trazia a seguinte mensagem: “NÃO EXISTE CAMINHO PARA A FELICIDADE. A FELICIDADE É O CAMINHO.” –  Buddha

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