A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

FIGURAS DE LINGUAGEM

DISPOSITIVOS LITERÁRIOS

FERRAMENTAS LITERÁRIAS

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

O PERIGOSO HOMEM DO BEM - Henrique Schnaider

 



O PERIGOSO HOMEM DO BEM

Henrique Schnaider

 

José Messias nasceu em uma família muito rica, mas todo o dinheiro e as inúmeras propriedades que seus pais tinham, vieram de uma forma ilícita tanto na política, ​baseada em muita corrupção, assim como usurpação a quem pudessem. Falsificavam documentos para conseguir roubar de todas as formas, tomando propriedades alheias. Praticavam agiotagem esfolando aos seus devedores.

José Messias viveu desde criança no meio desta bandalheira que seus pais tinham como método de vida, e assim desta maneira, desde menino ele aprendeu de tudo o que um ser humano usa para praticar a desonestidade. Ele, desde o começo, levava jeito para seguir nos negócios, pois, isso já era parte do seu íntimo, digamos que tornou PHD na matéria de todas as formas de roubar o próximo.

Como o tempo não perdoa ninguém, seus pais envelheceram e acabaram doentes, talvez pagando por tudo aquilo que fizeram de errado nesta vida. Sendo José Messias, que de Messias não tinha nada, herdou todo aquele império construído com muita falcatrua.

José não estava satisfeito com o que tinha, então perpetrou uma tremenda tramoia e lançou uma campanha de venda de lotes na praia de Jurubeba, mediante uma propaganda enorme em todos os veículos de comunicação.

A campanha de vendas pegou fogo, a coisa​ corria bem, e sua equipe de vendas lhe informava que já haviam vendido mais 100 lotes, e o nosso vigarista não cabia em si de contentamento. Na verdade, estes lotes estavam todos a 100 metros para dentro do mar e assim ele mandou falsificar a documentação de uma forma tal como se os lotes estivessem em terra firme.

Como disse Machado de Assis” A oportunidade faz o crime” e o nosso anti-herói, feliz da vida, contabilizava uma pequena fortuna. Mas tudo que aqui se faz aqui se paga. Um dia um famoso advogado resolveu comprar vários lotes, mas como era muito esperto e conhecedor de leis e de documentação, resolveu depois que fechou o negócio, investigar mais a fundo a legalidade da documentação dos lotes.

Como ele conhecia os cartórios de registro de imóveis, começou a investigar a legalidade da documentação.

Ele não teve muitas dificuldades para descobrir a falcatrua que José Messias tinha engendrado dos lotes dentro da água do mar. O advogado, que era também um oportunista e não queria colocar o vigarista na cadeia, mas sim tomar dele por meio de extorsão, para ficar de boca fechada.

José Messias pagou caro pela sua malandragem, pois o Dr. tomou tudo o que ele tinha ganho na venda dos lotes e já avisou que ia querer também uma quantia grande todos os meses. José Messias desta vez pagou caro pela sua volúpia e aprendeu que se ele se imaginava esperto, tinha gente mais esperta do que ele. E mais uma vez o antigo ditado continuou valendo, pois, “ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.

A ÚLTIMA CARTA - Helio Fernando Salema

  A ÚLTIMA CARTA Helio Fernando Salema     Ainda sentada em frente ao gerente do Banco, Adélia viu, no seu celular, a mensagem de D. Mercede...