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terça-feira, 6 de junho de 2023

NO JARDIM DA MINHA CASA - Henrique Schnaider




NO JARDIM DA MINHA CASA

Henrique Schnaider

 

Nasci numa casa muito grande, havia espaço, suficiente para que eu brincasse à vontade. Eu brincava principalmente no jardim da casa. Era um jardim extenso que beirava a mureta da frente da edificação, com variados tipos de plantas. Mas, me encantavam, as flores delicadas ou exóticas. Elas pintavam o lugar de diversas cores, exalavam múltiplos perfumes, e agradavam quem passasse. Os manacás dominavam o quintal, as rosas o enfeitavam, os cravos o perfumavam juntamente com a lavanda e madressilva.

Com estas árvores muito bem cuidadas principalmente por minha mãe que tinha um grande amor pelo jardim da nossa casa. Todos os dias ela vinha ao jardim e eu a acompanhava e com amor e carinho regava todas as plantas e enquanto regava, conversava com elas e o que me impressionava era que as plantas reagiam as palavras de minha mãe.

Eu tinha um tio irmão do meu pai, enquanto meu pai era uma pessoa desprendida sem ambições, ele era uma pessoa boa de verdade. Já meu tio era o oposto do meu pai, ambicioso, charlatão, jogador inveterado. Um dia ele veio visitar meu pai e aproveitou para ir ao jardim ver se tinha algo interessante para ganhar alguns trocados.

Caminhando pelas Alamedas floridas, meu tio avistou uma borboleta. A beleza dela concorria com a beleza do sol. Asas azuis e brancas e de tamanho grande. Seu apetite cresceu, ao pensar que se pegasse esta borboleta rara, poderia ganhar um bom dinheiro. 

Viu um puçá e pensou, — vai ser fácil de pegar esta borboleta. Fiquei ali observando para ver no que ia dar, o que meu tio estava fazendo. Nisso ele com o puçá na mão fez um movimento certeiro e caçou a borboleta. Mas ele era muito ambicioso e avistou um passarinho Curió, ficou encantado, pássaro raro e muito valioso, pensando no bolo de dinheiro que ganharia.

Ele foi até a garagem do meu pai e pegou um alçapão, para tentar pegar o curió, tirou os sapatos para não o espantar e apesar do vento conseguiu apanhá-lo. Eu só olhando assombrado com o que meu tio acabava de fazer, já que meus pais e principalmente minha mãe sempre me ensinaram a não fazer este tipo de coisa.

De repente aparece no jardim a minha mãe avistando o meu tio com a borboleta e o curió capturados. Minha mãe ficou furiosa e deu uma tremenda bronca no meu tio e exigiu que ele soltasse os bichinhos de volta para o jardim, já que lá era a moradia deles.

Meu tio baixou as orelhas envergonhado pela bronca recebida dela, que lhe ensinou a ter bons modos e deixar de ser tão ambicioso no que ele prometeu mudar e não ser um mau-caráter ambicioso.

Naquele dia o meu amor e a minha admiração pela minha mãe cresceram muito e aprendi a ser um homem de bons princípios e de muita educação.

Quanto ao meu tio para dizer a verdade não sei se aprendeu a lição, pois depois desse dia ele não apareceu mais lá em casa.

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