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quarta-feira, 5 de outubro de 2022

É HORA DE BRINCAR - Hirtis Lazarin

 

 


É HORA DE BRINCAR

Hirtis Lazarin

 

Esta é a brinquedoteca do sonho de toda criança.

É o lugar onde elas podem fazer muita brincadeira e passar ali a noite inteira. Tantos bichinhos de pelúcia que dá pra povoar a floresta inteira. Boneca neném e mocinha, de pele branca e de pele negrinha. Carrinho, helicóptero, avião e o palhaço Pimpão. Uma biblioteca com livros de última geração: historinhas, desenhos, pinturas e soltar a imaginação. Canetas e lápis de todas as cores, balões pendurados, somando são trinta e três. Dominó, jogo de damas, jogo de trilhas e xadrez.

Era madrugada na casa da brinquedoteca. Todos os moradores dormiam.  Hora de entrar em ação.

O dicionário guardado, no mais alto da estante, deu um salto acrobático e aterrissou logo em frente. As folhas se abriam, as palavras pulavam, era muita alegria.

A fada Clarinha teve uma ideia fantástica: “Minha varinha vai entrar no dicionário e escolher um verbo de ação. É magia, vamos começar a folia”.

O primeiro a aparecer, todo assanhado, foi o verbo pular.

A boneca bebezinho, que só dava os primeiros passinhos, não pode participar. Coitadinha, engasgou de tanto chorar.

O segundo foi o verbo cantar.

O sapo cururu, que estava numa boa e bem longe da lagoa, tanto cantou que, por vários dias, mudo ficou.

E continuando a brincadeira, apareceu o verbo dançar.

O elefante pesado fingiu ser um chafariz.

O pato fuleco

Pisou no marreco

A galinha interveio

E ficou sem jaleco.

E o último foi o verbo tocar.

A turma animada tocava flauta, tambor, violão.

De repente, uma coisa horrorosa

Apareceu no meio de explosão.

Vestida de preto

Nariz comprido

Queixo caído

Fungava feito cabrito.

“De onde surgiu essa desgraça”?

“Eu vivia trancada por conta de minhas trapaças. Hoje escapei e lá vai minha maldição. Sou a bruxa malévola, sem juízo, sem auréola, sem aviso.

Um urubu mau-agourento

Empoleirado no seu ombro

Ria, mas ria tanto

Que parecia um jumento.

A bruxa tirou do saco

Um tal vidro de poção

Foi tão rápido o macaco

Evitando destruição.

O elefante pesado,

Sem chamar a atenção

Enrolou a bruxa na tromba

E num sopro bomba

Despachou-a pra Plutão.

E o urubu convencido

Já tinha desaparecido.

A algazarra na brinquedoteca chegou ao fim

Todos voltaram, quietinhos, ao seu canto, sim.

Um comentário:

  1. Oi Hirtis boa tarde
    Sua história em forma de verso é linda . você nasceu para isso . A poesia está dentro de você é só por para fora. Parabéns Henrique

    ResponderExcluir

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