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quarta-feira, 17 de agosto de 2022

O ENVELOPE LACRADO Henrique Schnaider

 

 


O ENVELOPE LACRADO

Henrique Schnaider

 

Lá pelos idos de 2016, fui para Israel e pela primeira vez nesta vida, reuniu-se toda minha família, de cerca de 40 pessoas. Estavam presentes meus dois irmãos, Salomão e Paulo, ambos falecidos. Também suas esposas Ilana e Judith, e muitos sobrinhos e sobrinhos netos.

Estava presente eu e minha finada esposa Lourdes. Nesta ocasião a reunião foi no Kibutz onde morava meu filho Ariel que preparou um churrasco maravilhoso com tudo do bom e do melhor e a confraternização foi grande e onde revi muitos sobrinhos que não via desde crianças e conheci outros que ainda não tinha conhecido.

Foi então que fiquei sabendo que meus irmãos haviam preparado um documento que estava num envelope lacrado e nós três assinamos no envelope. Este envelope que não sei o que estava escrito, iria ser enterrado dentro duma caixa para ser aberto daqui a 40 anos, isto é, em 2056, provavelmente pelos nossos descendentes.

Assim se passou, a caixa foi enterrada num cerimonial com forte emoção em que todos os presentes foram às lágrimas. Deve ser de ter a sensação de que é efêmero e a nossa vida é curta. O churrasco continuou e todos nós gostamos muito daquele encontro onde ainda ficamos por várias e várias horas.

Os anos se passaram e simplesmente me esqueci deste fato e do segredo contido e enterrado naquela caixa. E como a professora Ana pediu para escrevermos sobre um fato que causou muita emoção na minha vida e foi aí que me lembrei do que se passou naquele encontro emocionante por todos os aspectos da reunião da família e a caixa com o envelope que passou a ser um segredo a ser desvendado no futuro.

Como não sei quem da família ficou encarregado de passar às novas gerações o local onde foi enterrada a caixa e na época marcada alguém irá se encarregar de tirar a caixa e ver revelado finalmente o que foi escrito naquele envelope lacrado.

Como me lembrei deste fato ocorrido na minha vida, entrarei em contato com minhas cunhadas Ilana e Judith, para em primeiro lugar saber delas se ainda se lembram do fato ocorrido nas nossas vidas. E do que foi feito, e quem se encarregou de passar aos nossos descendentes o que ficou combinado naquele encontro da família que nos levou a muita emoção e curiosidade.

Não sei, e provavelmente nunca vou saber, qual foi a intenção dos meus irmãos ao deixar para as futuras gerações da família Schnaider e nem porque decidiram fazer isto e o que deixaram escrito naquele envelope.

 

Um comentário:

  1. Gostei dessa história e do suspense que ela cria. Como já disse, curiosa como sou, romperia o acordo para saber o que está escrito no envelope.

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