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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

FIM INESPERADO - Henrique Schnaider




FIM INESPERADO

Henrique Schnaider

 

Claudio era o tipo do homem sem vergonha, pessoa sem carácter, não merecia a mulher com quem se casou. Mentiroso contumaz, dado a aventuras baratas com mulheres descompromissadas, e elas estando com ele juntavam-se a corda e caçamba.

Sueli uma santa mulher, casou-se com o safado, seu primeiro namorado. Inocente, pura, acreditando que Cláudio era o melhor marido do mundo e que chegava tarde da noite, apenas por excesso de trabalho. Enquanto isso, o sujeito estava na gandaia deitando e rolando.

A ingênua da esposa estava sempre disposta a acreditar nas deslavadas mentiras que o vigarista contava. Lorotas que corriam as pessoas só de ouvir o lero-lero do picareta. Que não tinha nenhum problema de consciência ao enganar Sueli descaradamente. Sueli era mesmo do tipo do que me engana que eu gosto.

Enquanto isso, o irresponsável do Claudio ao chegar tarde todas as noites já nem se preocupava em arranjar desculpas muito bem elaboradas e contava as mais esfarrapadas mesmo. Assim a vida ia tomando o seu rumo diário, sem novidades na vida do casal. Ele sempre com novas aventuras e se esforçando para acreditar no vigarista.

Claudio tinha tanta sorte que ao chegar em casa com aquela cara de santo do pau oco, ainda Sueli, na maior boa vontade, se levantava da cama e muito prestativa era toda atenção e carinho com o marido. Preparava o prato dele de comida e sentava-se para ouvir as balelas do falastrão desavergonhado.

Como o sujeito tinha uma coleção de amantes e nem todas agiam da mesma maneira. Algumas não se conformavam em ser a segunda da fila e com isso davam um jeito de descobrir o telefone da casa dele e assim, Sueli começou a receber telefonemas anônimos persistentes contando para ela que o marido não era fiel.

Sueli dentro da sua inocência, começou a criar minhocas na cabeça e já não se sentia tão confortável. Começou a desconfiar que o marido não era o companheiro que merecia todo aquele amor e carinho que ela lhe dedicava.   Muito pelo contrário. Depois de uma conversa com a mãe que era uma sogra para valer e sempre desconfiou do Claudio, resolveu tomar uma atitude.

Contratou um detetive para investigar as escapulidas do Claudio e a sujeira veio toda à tona, pois Claudio ignorava a mudança de atitude da mulher e continuava suas farras. O investigador lhe mostrou fotos e gravações que deixaram a esposa furiosa e dessa forma começou a pensar numa vingança que doesse fundo no marido.

Sueli pegou no ponto fraco de todos os homens, ou seja, o fato de ser traído, o que mexe com o ego e os brios, e ainda mais Claudio que se achava o tal e que tinha a mulher no bolso do colete. Assim ela mudou de atitude e saiu também em busca de aventuras e para uma mulher vistosa e bonita, foi muito fácil e logo já estava envolvida.

Só que Sueli queria que o marido desconfiasse e jogou abertamente e deu todas as dicas para Claudio desconfiar, e ficar com um incômodo na cabeça. Ele parou com as aventuras e começou a seguir as escapadas da Sueli, que saiu de casa sabendo que o esposo a estava seguindo. Encontrou o suposto amante e foram para o motel.

Claudio furioso quebrou a porta do quarto e pegou a mulher em pleno ato libidinoso. Ele começou a gritar desesperado e falou poucas e boas para Sueli e ameaçou agredir o amante. A esposa olhou de forma fria para o marido e falou dura e seca. Meu caro você me traiu inúmeras vezes e ainda vale o velho ditado” Quem com ferro fere, com ferro será ferido”.

Fim do casamento e Claudio saiu no prejuízo, pois perdeu uma mulher que era uma santa para ele e ganhou a fama de cornudo perante as pessoas. Já que o escândalo foi enorme e o arrependimento que veio, foi tarde demais.

Um comentário:

  1. Henrique, você "lascou" o verbo. A história é divertida e você usa expressões populares que enriquecem a narração.
    Muito boa, parabéns.

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