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quarta-feira, 11 de agosto de 2021

O MACACO KING - Alberto Landi

 






O MACACO KING

Alberto Landi

 

Alguns animais tomavam sol à beira do rio. Mas estavam preocupados com o aparecimento de um leão ali nas redondezas, que ameaçava a tranquilidade deles.

O felino parecia idoso, mas era muito lúcido para perseguir os animais. Mas, o macaco, ele era do chifre furado. Pendurava frutas no pescoço da girafa, dava nó na tromba do elefante, aprontava muito.

Os bichos se reuniram para planejar um meio de se livrar do leão. King, o macaco, era lúdico e matreiro e se deliciava comendo bananas nos galhos da árvore. Rindo e ouvindo o que os bichos estavam tramando.

— De que você está rindo? Perguntaram. 

— Estou rindo porque todos vocês têm medo do leão, mas eu não!

— Vou fazê-lo trabalhar para mim!

Eles deram muitas gargalhadas do macaco quando disse isso.

— Vocês vão ver!  Isso é só a ponta do iceberg!

O leão se aproximou dos animais e perguntou com ar de austeridade:

— De que vocês estão rindo?

Informaram ao leão, o que King, o macaco matreiro, havia dito!

— Ah é! E, onde está ele? Perguntou o leão já furioso.

Apontam todos para a árvore onde ele estava sentado.

Quando o leão viu o símio, correu até ele:

— Você aí! Disseram que não tem medo de mim e que eu trabalharia para você. É verdade?

O símio muito dissimulado argumentou que não era bem assim:

— Eu disse que “gostaria” de poder trabalhar para você. 

— Ah! Disse o leão, agora entendi.

Se estabeleceu uma amizade entre o leão e o macaco e foram juntos em direção ao rio.

De repente King parou, chorando, suas lágrimas que lógico, eram como uma cascata, escorrendo pelas bochechas.

— O que há de errado com você? Perguntou o leão.

— Estou com dor no pé e receio de não poder te acompanhar.

— Você precisa dizer para aqueles bichos que realmente tem medo de mim, disse o leão.

Vamos fazer o seguinte disse o macaco matreiro:

— Você me deixa andar em suas costas?

Prontamente o leão concordou, e assim prosseguiram no caminho.

De repente o macaco gritou, espantado e com olhos como se fossem duas jabuticabas:

— As suas costas são muito irregulares. Ajudaria muito se tivesse uma espécie de sela para que eu pudesse ficar mais confortável.

O felino gentilmente pegou folhas de palmeira e colocou a sela.

— Agora sim, está confortável, disse o macaco. E assim continuaram caminhando.

Mais uma vez o dissimulado King gritou:

— Eu tenho medo de cair da sela, se eu tivesse algo para me segurar seria o ideal. O leão concordou e amarrou algumas videiras no seu pescoço. Passado algum tempo eis que o macaco grita novamente.

— O que está errado agora? Diz o felino, já bem irritado e feroz.

— Há muitas moscas por aqui, preciso de algo para espantá-las.

 Eis que o felino pegou um grande galho e deu ao símio.

— Isso vai ajudar, vamos em frente, diz King.

Quando estavam quase chegando, o macaco sentou-se no alto da sela, agarrou as videiras e golpeou o felino com as folhas e gritou:

— Vamos lá...

O felino surpreso disparou, e correu tão rápido que passou na frente dos animais que estavam reunidos. Todos eles começaram a rir quando viram o macaco saltar das costas do felino e pular de volta para as árvores.

Os risos foram tão altos que chegaram aos ouvidos do leão, e este envergonhado nunca mais voltou naquele lugar.

O macaco rindo disse:

Eu dominei a fera, e como falei, ele iria trabalhar para mim. Fazendo todas as minhas vontades...

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