A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

FIGURAS DE LINGUAGEM

DISPOSITIVOS LITERÁRIOS

FERRAMENTAS LITERÁRIAS

quinta-feira, 28 de março de 2019

REGINALDO O CAMPEÃO - Henrique Schnaider




Resultado de imagem para competição de barco a vela

REGINALDO O CAMPEÃO
Henrique Schnaider


Reginaldo era um cara dez, admirado por todos, alto imponente, musculoso, troncos bem-feitos, a mulherada suspirava quando ele passava, olhos verdes, como esmeraldas, chamava atenção de todos, gostava de ser o tal, adorava elogios, queria sempre ser o rei da festa, não deixava por menos.

Era praticante de corrida de barcos de vela ligeira, super. Campeão, já trouxera, medalhas de prata, bronze, participando das olimpíadas, mas nunca conseguiu uma medalha de ouro, sua grande frustração, apesar disso, não desistia nunca. As olimpíadas estavam próximas, aconteceriam no Japão, faltavam trinta dias para o início dos jogos.

O rapaz treinava diariamente na lagoa Rodrigo de Freitas, no meio daquela tremenda poluição, podridão para todos os lados, mas não esmorecia, firme na busca daquele ouro tão sonhado, tão dourado que ofuscava os olhos.

A mãe e a noiva Raissa incentivavam o rapaz o tempo todo, acompanhando os treinos, não deixando que ele desanimasse, preparavam coquetéis de vitaminas para deixá-lo bombado. Reginaldo se expunha, todo pimpão, as pessoas o olhavam com inveja.

Certa manhã, bem cedo, lá foram os três para a lagoa, os jogos estavam próximo, eram os últimos treinos, Reginaldo pegou seu veleiro azul ararinha, e sai para treinar com incentivo da mãe e da noiva, eis que do nada surge uma lancha numa velocidade de formula um e acerta em cheio o veleiro do rapaz.

Foi um Deus nos acuda, explosão enorme, o fogo toma conta dos dois barcos, Lívia e Raissa, entram em desespero clamando por socorro, que não tardou a chegar, com equipamentos para combate a incêndio, lutaram para acalmar as chamas que consumiam tudo, conseguiram tirar Reginaldo todo machucado e queimado, mas vivo. O rapaz da outra lancha faleceu no local.

O pobre coitado foi levado as pressas para o Hospital Sousa Aguiar, foi direto para o centro cirúrgico tratar das queimaduras e das pernas quebradas. A cirurgia durou sete horas, pobre do rapaz teve as duas pernas amputadas, ficou uma semana entre vida e a morte, enfrentando o perigo de infecção generalizada devido as fortes queimaduras, mas sobreviveu. O sonho da medalha de ouro foi-se água abaixo, nem importava mais, a luta agora era que ele sobrevivesse.

Os dias passam, as olimpíadas começam e Reginaldo assiste aos jogos pela televisão, frustrado, mas feliz pois estava vencendo a dura batalha para sobreviver, com apoio da mãe e da noiva, estava melhorando dia a dia.

A vida sofrida no hospital, durou três meses, mas o rapaz venceu a dura luta, foi para casa, recebendo todo carinho e amor e calor humano, das duas pessoas mais importantes de sua vida, Lívia e Raissa.

Um ano se passou, Reginaldo se recuperou, se adaptou as duas próteses das pernas, voltou a ter gosto de viver apesar de tudo, não desanimou, muito pelo contrário já está pensando em participar da próxima Paraolimpíada, certamente com todo apoio e incentivo de sua mãe e da amada Raissa. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.

A última carta. - Adelaide Dittmers

  A última carta. Adelaide Dittmers   Suzana segurou o envelope meio amassado, como se tivesse passado por diversas mãos. Um frêmito s...