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quarta-feira, 11 de abril de 2018

A VENDEDORA DOS SENTIMENTOS MAIS PUROS - Henrique Schnaider



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A VENDEDORA DOS SENTIMENTOS MAIS PUROS
Henrique Schnaider

Antônia vivia em Bananeiras, cidade no interior da Paraíba. Lutava com os pais para enfrentar a miséria e a fome.

A jovem tinha que ajudá-los na pequena roça que possuíam. Todos os dias caminhava cinco quilômetros, sem esmorecer, até chegar a cidade mais próxima onde estudava.

Seus pais eram muito simples. Trabalhavam no campo, de sol a sol, e na pele já curtida parecia.

Eram analfabetos, mas adoravam quando Antônia lia livros que ganhava na escola. Eram contos fantasiosos que os deixavam deslumbrados.

Com o correr do tempo, a jovem Antônia adquiriu uma beleza natural. Vivia livre como um animalzinho solto no campo.

Com o conhecimento adquirido, começou a alfabetizar várias crianças que não iam a escola.

Como o número de alunos aumentava, os pais da jovem, construíram uma cabana que seria a primeira escola de Bananeiras.

A jovem começou a ser procurada por adultos e jovens da região na parte da noite. Ela ia para escola de manhã e reservava as tardes para alfabetizar crianças.

Antônia começou a receber em troca dos ensinamentos, galinhas, cabritos, coelhos e outros animais caseiros. Às vezes, até um dinheirinho.

Ela gostava de escrever cartas. Os adultos ditavam mensagens para serem enviadas aos familiares distantes. Orientava-os a expressar seus sentimentos. Ela gostava das palavras, saudade, amor e carinho.

Os pais dela estavam muito orgulhosos e não cabiam em si de tanta satisfação por ver a filha tão dedicada a ajudar aqueles que não tinham oportunidade de estudar.

Antônia ensinou àquelas pessoas a sentirem-se orgulhosas por serem cidadãos nascidos neste enorme país chamado Brasil.

Todo sábado, ao cair da tarde, reunia alunos e sitiantes para cantar o hino nacional. Era um momento de orgulho, emoção.

Antônia casou-se com um jovem da região, um dos alunos que aprendeu com ela as primeiras letras. O rapaz declarou todo seu amor numa carta recheada de devoção e carinho.

Hoje, já adiantada na idade, a professora Antônia, deixou um legado maravilhoso. Os cidadãos de Bananeiras homenagearam-na com uma estátua na pracinha. Nas mãos, um caderno e uma caneta, instrumentos do seu trabalho.

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