O CARPINTEIRO SOLITÁRIO!
Dinah Ribeiro de Amorim
Havia no povoado de Trás
dos Montes, um carpinteiro que trabalhava muito bem, mas muito solitário. Vivia
sozinho porque não tinha filhos e a esposa falecera.
Durante o dia, dedicava-se
à profissão com afinco, mas quando chegava em casa, à noite, sentia-se triste e
só.
Resolveu fazer um boneco
de madeira, para, pelo menos, olhar para ele e ter com quem conversar, mesmo
que não respondesse.
Criou, então, com carinho,
um elegante boneco, em madeira de lei, com chapéu e tudo o mais: terno,
gravata, botões, semelhante a um homenzinho de verdade. Só faltava falar.
Cada noite que chegava em
casa, olhava para ele com alegria, inventando detalhes como uma flor na cartola,
um bolso colorido, o desenho de uma casa em sua roupa, enfim, queria deixá-lo
cada vez mais doméstico e amigável. Até seu gramofone, com músicas ligeiras,
apoiado no ombro, colocou para que escutasse. Quem sabe conseguiria emitir alguns
sons.
Reparou que ele não
sorria, apesar de tantas palavras carinhosas que lhe dirigia. “Seria tão bom se
você falasse”, pensou o carpinteiro. “Poderíamos trocar ideias engraçadas”. “Seria
tratado como um filho”. Ouvira, há muito tempo, uma história de um outro
carpinteiro, chamado Gepeto, que construíra um boneco que falava e andava. Quem
sabe o seu também.
De tanto amar o boneco,
pedindo que ele ficasse mais alegre e falasse,
ouviu uma resposta: “Meu espelho é você!” “Também gostaria de ter um
amigo boneco para conversar, quando sai para ao trabalho e fico só.”
Mais que depressa, o
carpinteiro pensou em resolver tal situação. Fez-lhe também um boneco ligado à
sua mão por fios, um fantoche, para ele
movimentar, brincar e falar.
Notou, ao chegar à noite,
que o boneco sorria alegre, esperando-o também para conversar. Aprendera através do amigo novo que fizera.
Moral da história: “Nossa
solidão é aliviada quando se alivia também a solidão dos outros!”.
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