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quarta-feira, 27 de março de 2024

O caracol e a borboleta. - Hirtis Lazarin

 




O caracol e a borboleta.

Hirtis Lazarin

 


O jardim estava festivo e cheirava a flor. Afinal de contas, já era primavera.

O caracol arrastava-se, cuidadosamente, na grama verde e bem cuidada em direção ao amontoado de folhas juntadas pelo jardineiro.

A fome era maior que tudo. Maior que a girafa, maior até que o elefante.

Mas não tinha pressa. Carregar uma casa nas costas exige calma e esforço, e a natureza sabe escolher os mais fortes para determinada missão. 

 Ele sentia muito orgulho de ser do jeito que era.

De repente, aparece uma borboleta. Suas asas eram um misturado de amarelo e azul. Linda de viver sob os raios de sol. 

Leve e ágil feito uma pluma, ela voava pra cá e pra lá entre tantas rosas e jasmins. Parecia uma dançarina. Escolhia as flores mais apetitosas. Era muito néctar pra uma borboleta só. 

Depois de tantos voos e já bem alimentada, viu o caracol e observou seus movimentos. A lentidão do molusco incomodou-a e, num ímpeto, gritou: 

— Caracol preguiçoso! Se continuar assim, não vai sobrar nada pra você. O mundo de hoje é muito competitivo. Vence o mais rápido, o mais esperto.

— Nasci assim. - Respondeu.  Não podemos alterar o que a natureza fez. — Resmungou o caracol. E continuou o seu caminho, bem tranquilo, sem se influenciar pelo comentário maldoso.

Não satisfeita, acrescentou:

— Sempre vence o mais rápido, o mais esperto. Eu voo pra todos os cantos e vejo coisas que você não vê.

— Ok, mas a democracia permite que cada um pense como quiser. Não se preocupe comigo.

A borboleta não se convenceu e continuou atormentando o pequeno molusco.

E ele seguiu cantando feliz da vida. Conhecia suas limitações, convivia com elas e sabia como lidar com todas.

Catarina, uma menina desastrosa, entrou correndo e, quando passa pelo jardim, deixa cair, pra todos os lados, um balde cheinho de água. 

Um desastre!

A borboleta, desprotegida e frágil, morreu afogada. Morreu sem saber o que aconteceu. 

E o caracol, rapidamente, encolheu o pescoço e se guardou dentro da sua concha.

 

MORAL DA HISTÓRIA: “Todos nós temos limitações e vale respeitar a limitação do outro”

 

 

 

 

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