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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

MÃOS AO ALTO! É UM ASSALTO.- Dinah Ribeiro de Amorim



MÃOS AO ALTO! É UM ASSALTO.
Dinah Ribeiro de Amorim

  Minha turma era da pesada mesmo! Andávamos em bandos, saíamos à noite e voltávamos para casa ao amanhecer, quando tentávamos dormir e descansar um pouco das nossas atividades noturnas. Não temíamos nada e achávamos que, juntos, podíamos tudo. Não usávamos armas, chacos ou outros tipos de defesa, pois contávamos uns com os outros. Sentíamo-nos fortes, valentes, invencíveis.

  Mas, sempre acontecia alguma coisa, e, mais tarde, quando reunidos, lembrávamos muito dessas façanhas.

  Certa ocasião, na saída de uma festa, tivemos, como sempre acontecia, um imprevisto.

  Éramos esperados por outra turma ou gang conhecida no bairro, muito da pesada também, querendo medir força e avisando logo que era um assalto!

  _ Mãos ao alto! – ordenaram eles. Ou passávamos a grana ou entrávamos no pau.

  Preferíamos a briga porque éramos fortes,  e grana não tínhamos mesmo!

  Foi um pega daqui! Bate acolá! Caras amassadas, narizes sangrando, moleques   no chão... Luta geral...

  Conclusão: se perguntavam quem ganhou, até hoje não saberíamos responder. Lembrávamos somente que todos nós ficávamos caídos, machucados e doloridos. As duas turmas levantavam com dificuldade. Íamos embora, cabisbaixos e mudos; amaldiçoávamos esse final de festa infeliz! Não pensávamos em revanche, achando que tudo fora normal!


  Já era a competição para descobrir o mais forte. Molecagens de nossa juventude imatura

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