CRUZEIRO
MARÍTIMO
Ricardo
Augusto
Quase
todos os meus amigos são casados e me convidaram para um “cruzeiro marítimo”
nesse final de ano, saindo de Santos, passando por várias praias e cidades
portuárias do sul do Brasil, até Bueno Aires.
Estou
pensando e repensando ... será que vale a pena ir numa viagem com gente casada?
Sozinho,
no meio de casais que brigam, discutem mas, sempre acabam se entendendo por se
conhecerem há muito tempo?
Durante
o dia, vai ser até engraçado, brincadeiras, piscina, muita ginástica, uma cervejinha
para refrescar, almoço e jogar muita conversa fora.
À
noite é que a coisa muda, depois do jantar, tem sempre um joguinho de baralho,
bingo, sala de conversação, onde se fala muito e mal do próximo, mas , mais
tardão ainda, tem boate e ai então vou ficar com vontade de paquerar ...
Resolvi
então, não aceitar o convite e passar o Natal e Reveillon na Europa, para ser
mais exato, o Natal em Paris e Londres e me soltar naqueles “Night Clubes”,
onde vai toda a moçada em busca de alguém novo, para passar o tempo.
Tudo
já aconteceu comigo há uns quarenta anos passados, era jovem e cheio de
energia, gostando de desbravar a vida em bisca de novos amores, conhecer gente
nova e falar em outros idiomas.
Trago
boas lembranças vividas nos anos setenta ... Nossa, como curti a noite de Natal
em Paris seguindo, dois dias depois, para Londres onde fiquei até depois do Ano
Novo.
Estava
com um grupo brasileiro, todos jovens, na faixa de dezenove e vinte anos,
meninos e meninas, todos a fim de conhecer o mundo que naquela época vivia o
BOOM de Liberdade : Beatlos, Pink Floyd e tanta coisa nova que nos levava ao
delírio.
Tais
experiências ficam para sempre na memória de quem sabe separar o joio do trigo
mas, quando se é jovem, tudo é “ o que há atrás daquela porta”?
Então
vou repetir a dose com um diferencial ... Já passei daquela fase de descobertas
e agora vou curtir o cenário e os personagens, confortavelmente, posto no lugar do observador tranquilo e
experiente.
É
bom viajar acompanhado? Não sei, pois sempre viajei sozinho e nessas, conheci
muita gente como eu ... que gosta de conhecer gente nova para troca de
informações e aprender novas palavras noutras línguas, sem perder a
oportunidade de estar trocando vibrações com personagens de outras estórias
muito diferentes das nossas.
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