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quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

DONA OVELHINHA NO INVERNO - Henrique Schnaider

 





DONA OVELHINHA NO INVERNO

Henrique Schnaider


A Dona Ovelhinha é uma ovelha previdente. Na chegada do Inverno ela se agasalha bem, fez sapatinhos de lã que aquecem seus pezinhos no frio mais rigoroso. Ela é muito vaidosa e se cuida muito bem, não deixa de colocar alguns enfeites na cabeça pois quer que o Sr. Ovelho só tenha olhos para ela.

Neste inverno ela está tricotando um belo agasalho para o Senhor Ovelho que é um carneiro muito friolento. Ele não para de murmurar cheio de frio Brrrr, Brrrr, Brrrr. Ele pediu um agasalho de sua própria lã e Dona Ovelha tem um novelo grande que tirou dela e dele. Só que para ela tosquiar o marido foi um sufoco já que ele é muito manhoso.

Estavam todos recolhidos em casa juntos na lareira, quentinhos e gostosos,  um bom refúgio para eles neste inverno. Lá estavam Dona Ovelha o Sr. Ovelho e seus cinco carneirinhos todos novinhos já fazendo bééé, bééé, bééé, pedindo o leite quentinho da mamãe.

Enquanto tricotava ela dizia para os carneirinhos:

— Esperem mais um pouco meus amores que mamãe vai dar logo de mamar para vocês. Eles não são uma gracinha querido?

E o marido não titubeou e disse:

— Querida, eles são bonitos porque todos me puxaram, afinal sou ou não sou o seu bonitão?

— Claro, meu amor, não existe um carneiro mais bonito do que você. E, por que você acha que eu te escolhi? Eu também sou a ovelha mais bela entre as mais belas.

— Isto não posso negar, meu amor, você é uma linda ovelha e eu sou cheio de amor para dar a você e assim espero que o ano que vem eu possa te dar mais cinco carneirinhos. No próximo inverno faremos um novelo de lã grande, maior do que este que você está tricotando.

Tudo estava bem, mas tudo ficou triste pois um dos carneirinhos ficou doente tossindo muito e com muita febre e o Sr. Ovelho e Dona Ovelha ficaram muito preocupados, vendo que seu filho piorava a cada momento e não perderam tempo, começaram a balir com toda força Bééé, Bééé, Bééé chamando o Sr. João para socorrer eles.

O dono das ovelhas que estava acostumado com elas e conhecia todos seus hábitos, estranhou aqueles balidos que não eram normais nas suas ovelhas. Correu para verificar o que estava acontecendo, chegou em poucos minutos.

Assim que o Sr. João chegou, as ovelhas mostraram a ele o seu filhotinho doente e imediatamente ele levou para sua casa o doentinho e tratou de medicá-lo. Tudo isso levou uns cinco dias até o carneirinho ficar bom. Enquanto isso os pais aguardavam ansiosos, mas confiantes.

Finalmente o Sr. João aparece com o filhotinho todo serelepe novinho em folha, para felicidade das ovelhas que ficaram eternamente agradecidas ao patrão, prometendo dar a ele a ele muita lã para o seu sustento.

As ovelhas passaram aquele inverno todo sem que acontecesse mais nada de ruim,  e depois de um tempo de espera o colete do Sr. Ovelho ficou pronto e eles baliram de alegria Bééé, Bééé, Bééé.

O NAMORO DA CAVEIRAS - Henrique Schnaider

 


O NAMORO DA CAVEIRAS

Henrique Schnaider


O Esquelético era muito magro só não era mais porque não tinha como. Todos os dias saia de sua tumba para dar umas voltinhas pelo cemitério. Era outono e as folhas caiam suavemente das árvores sentidas de perdê-las, mas era Outono e essa é a lei da vida, as folhas teriam que cair.

Naquele dia chovia grossos pingos caíam, era uma chuvarada, mas o Esquelético que não era bobo e nem nada, tinha um guarda-chuva que alguém esqueceu no cemitério, e assim protegido, saiu para dar umas voltas.

De repente parou um pouco, tinha um encontro

Ele era um danado de um namorador e todos os dias marcava um encontro com a namorada a Esqueletilda. Parou no lugar de sempre e aguardou que ela chegasse. Demorou um pouco para a namorada chegar já que ela era uma esqueleta, mas não deixou de ser mulher e acabou demorando mais um tempo já que queria se enfeitar toda para ele.

Finalmente ela chega toda bela e formosa e o Esquelético tremeu todos os ossos de emoção, gostava muito dela. Ela deu a ele seu braço de puro osso e saíram para passear. Ele agasalhou ela debaixo do guarda-chuva e assim podia ficar bem juntinho dela.

Depois de trocar uns beijos e uns abraços cadavéricos resolveram ir visitar o amigo o Esquético que os recebeu de ossos abertos e os convidou a entrar na sua tumba que era um exemplo de arrumação. Afinal o Esquelético era uma caveira, mas era caprichoso e onde morava era super arrumadinho.

Ele serviu um chá quentinho esquentou todos os ossos. A conversa foi longe as fofocas foram muitas, falaram mal da vida de todo mundo.

Já se fazia tarde e os namorados resolveram ir embora prometendo voltar mais vezes. Esquelético levou a Esqueletilda de volta para a tumba dela. Namoraram mais um pouco fizeram muitas juras de amor, já que não tinham pressa, muito pelo contrário tinham a vida eterna pela frente.

Já era noite e Esquelético tinha medo do escuro, tratou de ir correndo embora, balançando todos os ossos crec, crec crec. A danada da chuva não parava.

Se deitou no seu túmulo de mármore e tratou de dormir logo para sonhar com sua amada Esqueletilda. Queria que logo chegasse o dia seguinte e poder tornar a vê-la.

 

CROCK O JACARÉ - Henrique Schnaider




CROCK O JACARÉ

Henrique Schnaider

 

Crock era um jacaré bonzinho, sempre sorridente, morava num zoológico lá no mundo da fantasia. Desde que nasceu era diferente em tudo.  Fez muitas amizades com a garotada que vinha todos os domingos. As crianças aproveitavam o parque e não deixavam de fazer uma visita a ele, traziam sorvete que era o doce mais saboroso e mais apreciado por ele, adorava os sabores coco limão e morango.

Ele nasceu diferente dos seus irmãos, que eram muito ferozes, nem seus dentes eram ameaçadores. Em vez de patas tinha dois bracinhos e mãos, e daí podia segurar os sorvetes de três bolas e se lambuzar todo.   

Ele não via a hora de chegar os finais de semana já que recebia inúmeras visitas das crianças que vinham cheias de docinhos pipocas bexigas amarradas em cordão, e imitação de bichos  coloridos de rosa amarelo e verde um verdadeiro arco-íris. A alegria era grande e o ambiente era dominado por uma pela felicidade. Tristeza não tinha vez por lá.

Mas havia uma menininha de nome Letícia que era a cara da miséria, pobrezinha que vinha ao Zoo na companhia da mãe e sempre dava uma passada no local onde ficava o Crock, e uma boa amizade aconteceu.

Crock descobriu que podia falar já que era todo diferente e Deus lhe deu todos estes dons que não havia ainda usado, e viu que podia escrever também. Com todas estas qualidades com muito dó da pobreza da menina e sua mãe, pensou em uma forma de ajudar.

Arrumou uma folha de papel grande e caneta tipo pincel que as crianças lhe deram e resolveu escrever um cartaz com letras bem grandes e perfeitas que dizia o seguinte:

— Meus amigos vocês que vêm todos os domingos me trazer sorvetes, estou escrevendo este cartaz pois queria pedir para que ajudassem a Leticia. Ela e sua mãe são muito pobres. Portanto vocês que estão bem de vida façam alguma coisa por elas.

Naquele mesmo domingo veio ao local visitar o Crock um homem muito rico, e quando leu o cartaz, emocionado perguntou ao jacaré:

—Oi Crock foi você que escreveu este cartaz? Puxa que interessante você além de falar, escreve muito bem, mas quem são estas pessoas? Gostaria de conhecê-las, e quem sabe poder ajudá-las.

Dali a alguns minutos chegaram Leticia e a mãe.

Roberto ficou encantado com a educação das duas e fez o convite para que fossem com ele para a sua casa, iriam morar lá. Ele iria aproveitar a mãe nos serviços da casa e iria pagar todos os estudos de Leticia.

A partir daí todos os domingos eles vinham ver o Crock. Leticia foi excelente aluna e com passar dos anos se formou em Veterinária e nessas voltas que a vida dá, acabou se tornando a Diretora Geral do Zoo.

Era importante para ela uma visita diária ao Crock, já velhinho e sempre dizia:

— Crock serei eternamente grata pelo que você fez por mim e minha mãe, algo que mudou a minha vida e você será sempre um verdadeiro pai que eu não tive.

Lágrimas rolaram dos olhos do jacaré.

Jareco e o sorvete - Adelaide Maria Barrozo Dittmers

 




Jareco e o sorvete

Adelaide Maria Barrozo Dittmers

 

Jareco é um jacaré, que mora em um rio de águas claras, no meio de uma floresta com muitos bichos.  Macacos, tatus, lobos, onças e vários pássaros dividem com ele a verde e bela paisagem.

Todos os sábados,  a quati Dengosa vende sorvetes pela floresta. É o dia mais esperado por ele, porque adora sorvete.

Em um belo sábado de sol, Dengosa chega à beira do rio, depois de um longo trajeto, vendendo seus sorvetes e grita;

— Olá, Jareco, vai querer hoje seu sorvete de morango?

É o preferido dele.

— Claro que sim, Dengosa. Hoje quero três bolas, duas de morango e uma de creme.  Estou com uma imensa fome de sorvete. E, lambe seus enormes beiços.

Dengosa coloca as três bolas numa casquinha bem crocante e estende a pequena pata em direção de Jareco.

Neste momento, Rabito, um macaco muito sapeca, pula de uma árvore e pega o sorvete da mão de dengosa.  Jareco fica furioso e abre sua boca cheia de dentes afiados e prende o macaco entre eles.

Rabito, assustado, implora:

— Por favor, meu amigo, não me machuque, eu só queria lhe pregar uma peça.  Vou devolver o seu sorvete.

O grande jacaré solta Rabito, que, tremendo de medo, dá-lhe o tão desejado doce gelado.

— Nunca mais faça isso, Rabito. Não gosto dessas brincadeiras, fala em um tom zangado.

Dengosa suspira aliviada.

O macaco se desculpa e rapidamente pula para um galho de uma árvore, desaparecendo no meio da floresta.

Jareco pisca para Dengosa e diz:

— Só quis assustá-lo. Nunca iria machucá-lo.  Gosto muito desse macaquinho levado da breca, mas tinha que lhe dar uma lição.  Imagine roubar meu sorvete preferido.

E com grandes lambidas, começa a saborear o seu sorvete.

 

Ofélia, a boa ovelhinha - delaide Maria Barrozo Dittmers

 





Ofélia, a boa ovelhinha

Adelaide Maria Barrozo Dittmers

 

Ofélia é uma ovelha muito prendada e generosa.  Mora sozinha em uma casa pintada de azul, sua cor preferida e cercada por um lindo jardim florido.  Adora flores e cuida de  jardim com muito carinho.

Todo o dia passeia pelo campo, onde colhe frutas e verduras e aproveita para encontrar e conversar com seus amigos.   É muito querida por todos, pois é uma ovelha simpática e que gosta de ajudar quem precisa.

Em um desses passeios, encontra  Dna. Coelha, que diz a ela estar muito preocupada com o inverno, que está chegando e não tem dinheiro para comprar agasalhos de lã para seus filhotes.  Os coelhos sempre têm muitos filhos.

Ofélia olha para ela com muita pena e fala:

— Dna. Coelha, não se preocupe, eu gosto muito de fazer tricô.  Vou fazer casacos e calças para eles.

- Muito obrigada, Ofélia! Nem posso acreditar que vai fazer isso por mim.  E juntando as patinhas, agradece várias vezes.

Ofélia, muito comovida, despede-se dela e via para casa.

Chegando lá, deposita  cesta de frutas e verduras, que colheu pelo caminho, em uma mesa e vai direto para a sala, onde costuma tricotar,

Senta-se em uma confortável poltrona, pega um enorme novelo em forma de bola e começa a tricotar toda satisfeita.

Enquanto tricota, olha pela janela, que está à sua frente.  As flores multicoloridas parecem estar sorrindo para ela.

Como é bom ser útil e ajudar os outros e pensa sorrindo nos filhotes de Dna. Coelha vestidos e aquecidos pelas roupinhas que está fazendo.

 

A grande aventura - Adelaide Maria Barrozo Dittmers

 




A grande aventura

Adelaide Maria Barrozo Dittmers

 

Sr. Osseleto é um esqueleto muito elegante.  Anda sempre com um guarda-chuva pendurado no braço muito, muito magro.

Em um dia de outono, quando as árvores se despem de suas belas folhas vermelhas e são levadas pelo vento frio, que sopra anunciando a chegada do inverno, o Sr. Osseleto sai para dar um passeio. Ele adora andar pelas ruas da cidade e quase ser levado pelo vento.  A única coisa de que não gosta é de tomar chuva e se molhar todo.   Seus ossos doem muito.

Neste dia, entretanto, nuvens escuras cobrem todo o céu e o Sr. Osseleto olha preocupado em redor, pensando se teria sido uma boa idéia sair com um tempo tão incerto.

Neste momento, como a confirmar sua dúvida, começa a cair uma pesada e forte chuva. Ele tenta abrir, várias vezes o guarda-chuva até que, com grande dificuldade, finalmente consegue. O vento e a chuva arrastam o pobre esqueleto, que quase não consegue se manter em pé.

De repente, sente que seus pés não estão mais no chão.  Está sendo levado pela ventania.  Apesar do susto, dá um grande sorriso de felicidade. Está voando.  Sempre foi seu maior desejo.

Ele agarra com força o cabo do guarda-chuva e olha as ruas e casas, lá embaixo. O vento o leva para fora da cidade e agora ele sobrevoa campos dourados pelo outono.  Com medo, mas feliz, observa a paisagem molhada.

E eis que a chuvarada e o vento começam a amainar e ele e seu guarda-chuva descem suavemente em um grande milharal até pousar entre os pés de milho.

Sr. Osseleto olha em volta. Nunca pensou que iria viver uma aventura assim.  E, sem se importar com seus ossos molhados e doloridos, caminha devagar entre a plantação para voltar a casa.

É um longo caminho, mas ele não se importa. Tinha realizado seu sonho.

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