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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Um dia na fazenda - Ana Catarina SantAnna Maues - e outros contos
conto 1 - Um dia na fazenda
Ana Catarina SantAnna Maues
Binômio fantástico: Grama/porta
Havia já algum tempo que
planejávamos um final de semana no campo. Tínhamos sido convidados por um casal
amigo para visitarmos sua fazenda de produção de leite.
O dia não podia estar mais
lindo! Sol! Céu de brigadeiro. Mas, apesar de tudo o clima estava fresco.
Chegamos à fazenda após algumas horas de viagem.
Estavam nos esperando- para o almoço. Hum! Delicia! Tudo perfeitamente
saboroso!
Mesmo com sono, resolvi
aproveitar a tarde ao invés de tirar a sesta.
Saí em busca de aventura.
Caminhei entre árvores, pisando na grama bem cuidada. Aproximei-me do cercado
onde estavam as vacas. Um empregado
estava tirando leite de uma delas. Ofereceu-me. Experimentei. Estava quentinho!
Quentinho!
Caminhando mais adiante
avistei alguns cavalos usados no trabalho de tocar o rebanho. Não perdi a
oportunidade de montar um pouco. Que sensação maravilhosa! Animal majestoso!
Porte altivo! Cavalguei como uma amazona, nem parecia minha primeira vez.
Voltei pra casa após colher
algumas frutas no pomar.
Todos estavam a minha espera. O
aroma do café se esticava pela porta indo se esparramar lá de fora.
Noite na fazenda! Já podemos
imaginar a quantidade de estrelas no céu. O silêncio só era quebrado pela
cantoria dos empregados ao longe.
Hora de dormir! Ansiosa pelo
domingo que logo chegaria, trazendo com certeza novas emoções, fechei a porta
do quarto.
Conto 2 - Um barco só de Fabricia!
Barco/tesoura
— Fabrícia ! Fabrícia! Procurava a
menina pela casa enquanto gritava seu nome. — Onde está? Responde
menina!
Não é possível, onde se meteu esta
menina! Precisa tomar banho de sua mãe chegar.
— Daqui a pouco sua mãe vai chega!-
ameaça.
A menina escondida, debaixo da
mesa na grande sala que servia de escritório, desenhava um barco no papel. Ali
entretida não escutava a voz de sua bá. Desenhava, desenhava e caprichava sem
esquecer nenhum detalhe. Quando terminou resolveu recortar e cadê a tesoura?
— Bá! Quero uma tesoura!
— Ora, ora aqui está você!
Vamos logo para o banho, já esquentei a água.
— Só depois que recortar meu barquinho. Dá
uma tesoura!
— Está aqui a tesoura! Mas não
demora.
Fabricia recortou o desenho com
todo cuidado. Não largou o barquinho. Levou-o para a banheira e lá brincou, brincou até que
o papel desmanchou.
Bá então disse:
— Ora, ora tanto trabalho para
acabar assim!
— Não tem problema, amanhã faço
outro.
Cavalo/tiara
Adriela desde pequena pedia ao pai um
cavalinho.
Queria muito aprender a cavalgar. Seu
pai sempre respondia:
— Sim querida, vou providenciar!
O tempo passava, a menina crescia sem
esquecer do presente que até então não havia chegado.
Passaram-se natais, aniversários e
nada.
Mas, eis que no dia dos seus quinze
anos qual a surpresa! O pai finalmente cumpriu a promessa. Chamou Adriela até o
portão da casa grande, vendou seus olhos e disse:
— Depois do portão está seu presente filhinha!
Mas tem que adivinhar o que é.
Mesmo falando o nome de vários
objetos ela não conseguiu descobrir o que era.
Seu pai enfim tirou-lhe a venda. A
menina não conteve o choro
— Um cavalo! Entre lágrimas
abraçou o pai e correu ao encontro de seu presente.
Foi amor a primeira vista entre ela e
o animal.
Depois que beijou e acariciou
bastante o presente disse:
— Vou buscar a tiara que preparei em
segredo desde criança para este momento.
Foi uma surpresa geral quando
apareceu segurando uma linda tiara com rosas em tecido colorido e várias fitas
penduradas. Ela mesma havia confeccionado.
— Estou guardando este presente para meu cavalo há muito tempo.
Colocou a tiara colorida no animal e
saiu cavalgando pelo campo como uma perfeita amazona.
Um amor muito forte
Lanterna/parafuso
Dona Lanterna era bem vaidosa.
Não passava um único dia sem recarregar as baterias, e lustrar seu visor. Tinha
muitos planos para o futuro. Dizia que não se casaria...
Aliás, que só casaria com alguém bem
importante, pois ela toda faceira não poderia se engraçar por alguém que
falasse e fizesse besteiras. Dona lanterna sonhava com um parceiro de muito
brilho, muito poderoso e forte. Tinha que possuir um visor enorme e uma luz tão
forte que ofuscasse todas as outras.
Mas, nem tudo sai como esperamos. E
seu coração lhe pregou uma peça, achou de se apaixonar pelo seu Parafuso,
aquele de cabeça grande e bem chata.
No começo ela evitava ser vista com
ele. Tinha vergonha de ser ela tão elegante e exigente, e ter se
apaixonado por um parafuso que quase não
tinha função.
Mas, ele era cavalheiro, romântico e
a amava muito. Tudo a embalava de tal maneira que ela já não se importava mais
pelo fato ser ele um pequeno parafuso. Pelo contrário! Ela pensava que se não
fosse ele, nenhuma lanterna poderia ter luz. Então, ele era mais importante que
qualquer lanterna.
Pois não é que deu certo a paixão!
Tiveram vários filhinhos: os
lanterninhos e as parafusinhas.
Todos muito unidos e felizes
viveram por longos e longos anos.
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