AS ARMADILHAS QUE VIDA NOS ARMA
Henrique
Schnaider
Carlos
era rico, um homem de boa aparência, cabelos louros, lisos bem tratados, chamava
atenção pelos olhos azuis.
Era
um atleta, corpo delineado, malhado na Academia.
Sua
tez era de um branco nórdico. Muito vaidoso, andava sempre bem vestido, seja
esporte ou social.
Possuía
uma mansão, num dos bairros mais elegantes da capital, com muitos empregados.
Moravam com ele a esposa Clarissa, mulher atraente, frequentadora da alta
sociedade, dois filhos André e Silvio, ambos cursando Faculdade de Engenharia.
Levava
uma vida agitada, mas apesar de possuir tudo que uma pessoa sonha ter e fazer, não
conseguia sentir-se feliz, procurava ter paz de espirito. Tinha entusiasmo por
tudo que fazia, mas acabava por magoar as pessoas sem intenção.
Clarissa
e os meninos tinham outras atividades, pouco participavam da vida de Carlos.
Até
que certo dia, coisas do destino, Carlos conheceu Andrea, frequentadora do
mesmo circulo social. A paixão foi imediata, muitos encontros, parecia que ele
finalmente encontrara a felicidade nos braços de Andrea.
Depois
de certo tempo, no iate de Carlos, fazendo um cruzeiro pelos mares do Caribe, algo
inesperado acontece!!!
Carlos
começou a sentir fortes dores constantes nas costas, a tal ponto que tiveram
que interrompera viagem. Assim que chegou foi consultar um especialista, que
diagnosticou câncer de pulmão.
O
mundo de Carlos desabou, para ele que possuía tudo, dinheiro, beleza, amor, nada
tinha agora nenhuma importância, não lhe restava mais do que três meses de
vida.
Os
tratamentos iniciados com quimioterapia, radioterapia, de pouco adiantaram. Carlos passou por um sofrimento atroz na
medida que doença avançava, tirando completamente as esperanças de uma cura,
causando-lhe profunda depressão.
Andrea,
tratou de sumir da vida dele. Apesar de estar sendo tratado no melhor hospital
do país, com todo luxo e conforto, via sua vida se esvair rapidamente.
Na
cama sem forças para levantar, ele imaginava quanta coisa poderia ter feito, que
não deu importância quando teve chance de fazer. Concluiu que a vaidade é um
sentimento efêmero, a beleza é passageira, o dinheiro nada vale se não tivermos
saúde.
O
fim estava próximo, Carlos chamou mulher e filhos, sorriu, conseguiu,
finalmente alcançar a paz que sempre almejou, fechou os olhos, se foi para
sempre como uma vela que se apaga.