O ALMOÇO DOS BARQUEIROS
Claudionor
Dias da Costa
Os pintores que desencadearam o movimento
conhecido como impressionismo ocorrido na segunda metade do século XIX,
provocam fascínio e admiração a todos apreciam suas obras.
As
emoções provocadas por essas pinturas me levaram aproximadamente a quarenta anos
atrás a adquirir em uma das viagens uma estampa fotográfica da obra de
Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) chamada “O ALMOÇO DOS BARQUEIROS”. Não é tão
citada quando se referem a Renoir, muito embora tenha sido exposta no Salão dos
Impressionistas em Paris, em 1882 tendo sido considerada a melhor pintura da
exposição. É muito bonita e interessante como tudo que fez.
O
que nos cativou foi a nuance de cores, vários personagens interagindo com
detalhes de roupas e gestos que impressionam. É uma tela que parece que ter
movimento e transportar o apreciador para aquele momento, como se participasse
da festa marcante. Talvez tenha sido este fato que nos motivou a adquirir a
cópia da obra.
Mostra
um alegre encontro de grupo de amigos relaxando numa varanda ao lado do Rio Sena.
Utilizou a luz para oferecer contraste e
para criar um momento que refletisse tranquilidade e calma onde os personagens
demonstrassem que estavam realmente felizes. É o momento já de final do almoço
com vinho e frutas sobre a mesa.
Renoir
colocou quinze personagens na tela, que eram de seu relacionamento. Pintores,
jornalistas, artistas e inclusive Aline que viria a ser sua esposa. Ela estava
na frente, à esquerda sentada segurando um cãozinho. Ele trabalhou muito tempo
nesta pintura, fazendo desenhos das figuras individualmente e depois compôs o
cenário inserindo cada uma em seu momento imaginado. Fica evidente que queria
mostrar como a sociedade francesa vivia naquele tempo.
Prosseguindo
na história desta nossa aquisição, ocorrida a anos atrás, enquadramos a cópia
numa moldura branca e a colocamos na sala de jantar da casa.
Ficava
sempre a nossa frente, de forma que ao entrarmos pela porta nos deparávamos com
aquele Renoir.
Os
anos se passaram, vieram os filhos, netos, trabalho e aquele quadro nos
acompanhou.
Parece
que ao olharmos para ele, nos mostrava que o que vale são os momentos alegres
com os amigos numa confraternização que queremos eterna. Isto, nos fazia
valorizar o encontro com a calma familiar.
Os
filhos deixaram o ninho, sentimos a perda de nossos pais, fiquei viúvo e
tivemos que mudar algumas vezes de residência.
Com
novo amor surgindo, me casei e mudei até de bairro.
Mesmo
com todo este movimento, o nosso Renoir está conosco.
Hoje,
em nosso apartamento nos lembra que todos os momentos passados não precisam e
nem devem se perder, permanecendo os alegres como motivadores. A vida
continua...
Nada
como ainda não se emocionar com a grande inspiração deste grande pintor que em
momento único conseguiu estampar suas intenções tão claramente num quadro que
nos marca até hoje. Creio que é isto que faz a diferença do grande artista.
E
viva Renoir.
CONSULTAS
AOS SITES: https://www.ebiografia.com/auguste_renoir/
https://www.arteeblog.com/2017/12/detalhes-e-curiosidades-sobre-pintura.html