A loucura faz parte da humanidade.
Adelaide
Dittmers
Muitas vezes me pergunto: O que é a loucura?
Quando
observo que milhares de homens morrem em uma guerra movida por um governante,
que se julga poderoso e onipotente, sem o direito de se recusarem a ir para um
campo de batalha, vejo nisso a maior insanidade deste mundo em que vivemos.
A
loucura também habita na cabeça da pessoa, que se julga dono da vida de outra,
dominando-o e impedindo que ela seja livre para viver da maneira que quiser, de
ter o direito de fazer suas escolhas e de dar opiniões próprias.
Não
é só o esquizofrênico, o bipolar ou o paranóico que é ensandecido, porque
muitas vezes, esses têm muito mais sanidade do que os que se acham totalmente
normais, presos a pensamentos imutáveis e avessos a qualquer mudança de ver a
vida de outra forma. São herméticos e
arrogantes. O fanatismo se enquadra
nesse grupo.
Aquele
que se julga o conhecedor de tudo, nada sabe.
Somos seres em constante aprendizagem.
Somos incompletos e suscetíveis a muitos erros. O desejo de ser perfeito
é algo inatingível e pode conduzir à loucura.
Somos
dominados pela insanidade, quando queremos mudar o que não pode ser mudado e
nos obstinamos em conseguir isso. Quando damos mais importância ao dinheiro do
que a desfrutar a nossa curta vida. A avareza pode nos tirar da realidade.
As
paixões desenfreadas tiram as pessoas do prumo, levando-as a cometer atos
desvairados e sem sentido. Há, porém, as
loucuras benéficas, que fazem o homem criar obras magníficas e surpreendentes,
tanto na arquitetura, escultura, pintura ou mesmo na escrita.
Enfim,
a loucura faz parte da humanidade. Cada
um de nós a carrega em algum cantinho de nosso ser e temos que ter o cuidado e
a sabedoria de não cutucá-la, quando nociva, ou estimulá-la, quando queremos
atingir um objetivo que enriqueça e transforme de maneira positiva o mundo em
que vivemos.