ESTURTURA DO ENREDO
Aqui temos um anagrama da construção de uma história.
A arquitetura, os esboço em gráfico, do passo-a-passo de um conto, seria assim:
ESTURTURA DO ENREDO
Aqui temos um anagrama da construção de uma história.
A arquitetura, os esboço em gráfico, do passo-a-passo de um conto, seria assim:
A TAPEÇARIA
Alberto Landi
Olhando para uma tapeçaria que adornava a parede do
museu Guggenheim, na cidade de Bilbao, notei que algumas linhas de lã compunham
o desenho de um casal de mãos dadas e que estava sentado em um banco de jardim,
tendo ao fundo um cenário de árvores plantadas em um gramado com um lago no meio.
Este casal aparentava estar numa festa de gente com
mais de 60 anos de idade, e que havia muitos gestos de entrelaçamento de suas
mãos, muita candura e um amor que emanava dos seus olhos.
Este museu, como a maior parte de todos, é tombado
pelo patrimônio histórico, trata-se de um museu que abriga vários objetos
antigos, pinturas, as mais diversas possíveis, de artistas renomados. No teto
das salas havia afrescos, com vários tipos de imagens.
A tapeçaria, que retratava aquele casal, me espantou e me absorveu um bom tempo de contemplação, pois à medida que olhava para eles, observava que no seu entorno, havia fios que estavam desgastados e desbotados.
A imaginação correu solta, e admiti se tratar de um
casal que superou as provações que a vida lhe impôs, pois, as linhas que
formavam o tecido com suas imagens estavam íntegras, tanto na forma como na sua
coloração.
A vida destas duas pessoas que se olhavam com
brandura, com as mãos dadas, foi elaborada por uma hábil tecelã, a que chamei
de destino. Para chegarem neste dia retratado, em que a luz do sol iluminava de
uma forma suave, considerei que estariam comemorando o fato de estarem unidos
por um longo período de suas vidas. Neste olhar havia além do carinho
recíproco, o reconhecimento pela união.
A talentosa mulher que teceu os fios deixou que
notássemos a diferença das outras linhas tecidas e que não suportaram a ação do
tempo e que por isso ficaram puídas e se desprenderam.
A conclusão a que
havia chegado, depois de tanto apreciar aquela tapeçaria, é que o destino,
segundo as mãos da fiandeira, não uniu todos os fios com a mesma intensidade, e
me fez entender o porquê de muitos casais não conseguirem suportar a ação do
tempo.
Acredito que muita coisa depende do ser humano, mas
nem sempre a pessoa que tece, aperta de maneira suficiente os nós que formam as
tramas do destino, assim, as linhas que foram ligadas com frouxidão irão se
soltar com o passar do tempo.
Somos os que conseguimos superar a ação do tempo de
uma vida conjugal, não percebemos, mas em várias circunstâncias do tempo
operamos como restauradores de um objeto de arte precioso, e nos aliamos à
hábil tecelã para que as linhas das nossas vidas não sejam desfeitas, rompidas
ou desbotadas.
Dizia minha avó ao fazer o seu tricô, que para cada
ponto se dá um nó, caso contrário ele se desmancha. Os nossos nós estão firmes
no tempo e espero que aguentem bem até a grande obra terminar a nossa vida.
Hoje em dia é muito raro isso, confesso que até me
espanta!
O CASAMENTO REAL Alberto Landi Em uma manhã ensolarada de 22 de maio de 1886, as ruas de Lisboa se encheram de flores e música para cel...