É HORA DE BRINCAR
Hirtis
Lazarin
Esta
é a brinquedoteca do sonho de toda criança.
É o
lugar onde elas podem fazer muita brincadeira e passar ali a noite inteira. Tantos
bichinhos de pelúcia que dá pra povoar a floresta inteira. Boneca neném e
mocinha, de pele branca e de pele negrinha. Carrinho, helicóptero, avião e o
palhaço Pimpão. Uma biblioteca com livros de última geração: historinhas,
desenhos, pinturas e soltar a imaginação. Canetas e lápis de todas as cores,
balões pendurados, somando são trinta e três. Dominó, jogo de damas, jogo de
trilhas e xadrez.
Era madrugada na casa da brinquedoteca. Todos os moradores dormiam. Hora de entrar em ação.
O dicionário guardado, no mais alto da estante, deu um salto acrobático e aterrissou logo em frente. As folhas se abriam, as palavras pulavam, era muita alegria.
A fada Clarinha teve uma ideia fantástica: “Minha varinha vai entrar no dicionário e escolher um verbo de ação. É magia, vamos começar a folia”.
O
primeiro a aparecer, todo assanhado, foi o verbo pular.
A boneca bebezinho, que só dava os primeiros passinhos, não pode participar. Coitadinha, engasgou de tanto chorar.
O
segundo foi o verbo cantar.
O sapo cururu, que estava numa boa e bem longe da lagoa, tanto cantou que, por vários dias, mudo ficou.
E
continuando a brincadeira, apareceu o verbo dançar.
O
elefante pesado fingiu ser um chafariz.
O
pato fuleco
Pisou
no marreco
A
galinha interveio
E ficou sem jaleco.
E o
último foi o verbo tocar.
A
turma animada tocava flauta, tambor, violão.
De
repente, uma coisa horrorosa
Apareceu no meio de explosão.
Vestida
de preto
Nariz
comprido
Queixo
caído
Fungava
feito cabrito.
“De
onde surgiu essa desgraça”?
“Eu vivia trancada por conta de minhas trapaças. Hoje escapei e lá vai minha maldição. Sou a bruxa malévola, sem juízo, sem auréola, sem aviso.
Um
urubu mau-agourento
Empoleirado
no seu ombro
Ria,
mas ria tanto
Que parecia um jumento.
A
bruxa tirou do saco
Um
tal vidro de poção
Foi
tão rápido o macaco
Evitando destruição.
O
elefante pesado,
Sem
chamar a atenção
Enrolou
a bruxa na tromba
E
num sopro bomba
Despachou-a pra Plutão.
E o
urubu convencido
Já tinha desaparecido.
A
algazarra na brinquedoteca chegou ao fim
Todos
voltaram, quietinhos, ao seu canto, sim.