Uma Verdadeira Festa Popular
Rejane
Martins
Atualmente
vivemos a intensidade do frio nunca visto desde 1994, mas para pessoas com
muito mais idade como eu, vem à mente os invernos de minha infância quando o
inverno igual ou mais acentuado que este, se apresentava no máximo a cada doze
meses.
Aquela
fria estação do ano tinha um glamour todo seu, os estudantes saindo de manhã em
meio a forte neblina. O hálito quente em contato com a temperatura ambiente imediatamente
transformava-se em vapor, este fenômeno logo incentivava todos a interpretarem
um ou uma fumante elegante, aqueles que só apareciam nos filmes de Hollywood.
Mas para
mim a representação máxima do frio era a festa junina patrocinada pela
vizinhança. O evento acontecia numa noite pré-determinada pelas mães, cada uma
levava um prato típico, os pais e irmãos mais velhos se incumbiam da confecção
e manutenção da fogueira.
Naquela
época era possível se pensar em fogueiras, pois ainda existiam vários terrenos
vazios. Só nos afastávamos dela para dançar a quadrilha que era uma tarefa
muito fácil, já que todos estudavam na mesma escola aprendíamos a mesma
coreografia.
O
clímax do encontro se dava com a proximidade do seu fim, a fogueira quase
extinta tinha seu diâmetro reduzido e o entorno limpo, assim iniciava-se o
momento mais esperado das crianças a atividade de pular a fogueira, nessa hora
ninguém se incomodava com a baixa temperatura mais intensa devido ao avançado
da hora.
Como
nem tudo são flores, essa autentica festa popular muitas vezes aparece manchada
em minha memória. Todas as vezes que minha mãe me obrigou a ir vestida de
homenzinho, ou porque estava muito frio ou porque não tinha um vestido caipira
para usar, isto me obrigava a fingir que não escutar a gozação das outras
crianças diante daquela situação.
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