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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

HENRIQUE SCHNAIDER - PROJETO MEU ROMANCE - O DETETIVE MORAIS

 




PROJETO MEU ROMANCE

HENRIQUE SCHNAIDER


CAPÍTULO 1

 

O SONHO QUE SE TORNA REALIDADE

 

João Morais era um nordestino que veio já do Sertão da Paraíba. Chegou em São Paulo com uma mão na frente e outra atrás, mas com a fibra que todo nordestino tem, fez de tudo para não ficar parado, trabalhou de servente pedreiro, deu um duro danado, agarrava todo bico que aparecia.

E com isso, devido a sua fibra, conseguiu se estabilizar financeiramente, não passando por apuros. Conseguiu até juntar um dinheirinho e começou a frequentar um curso intensivo de madureza, pois tinha pressa, já que tinha ousados planos que era seguir a carreira policial.

Como só chegou aqui em São Paulo apenas com o curso primário, e com a sua enorme força de vontade, fez rapidamente o curso e conseguiu ficar em condições de prestar concurso na área policial e para isso estudou com muito afinco e passou entre os primeiros colocados para ser escrivão. Não cabia em si de tanta felicidade.

Se tornou um escrivão nota dez, não faltava nenhum dia ao trabalho e era um exemplo para os outros colegas ao de chamar a atenção do seu chefe que depois de três anos foi agraciado com a promoção para Investigador de Polícia, algo com que sempre sonhou. O mais impressionante de tudo era que o Morais nasceu para aquilo.

Morais foi ganhando fama, pois todo caso que caia nas suas mãos, ele conseguia ter sucesso para resolver o caso. E assim ele foi empilhando uma dezena de caos difíceis que se tornavam muito fáceis de resolver. Até que um dia foi chamado e caiu em suas mãos o assassinato de uma socialite.

 

 

CAPITULO 2   

 

O ASSASSINATO DA SOCIALITE

E REMINISCÊNCIAS

 

 

Quando o detetive Morais entrou naquela casa luxuosa, vindo também a chamado da família, que ouviram falar da fama dele e ao mesmo tempo ajudar os policiais que já estavam no caso.  Ficou parado olhando a cena do crime.

Aquele corpo sentado naquele naquela cadeira Luiz XV, jazia inerte aparentemente de uma morte natural, mas o investigador Morais, sentiu no ar um mistério naquela morte da Socialite, era complexo o caso, mas o detetive sabia por onde começar e iniciou a investigação, procurando detalhes da vida de Elza, era um caso muito difícil de elucidar.

De repente não soube por que veio a sua memória e preencheu seus pensamentos, começou a relembrar fatos ocorridos quando da sua chegada a cidade grande, praticamente sem recursos, conseguiu alugar um quartinho numa pensão da periferia.

A dona da pensão era uma senhora muito bondosa que lhe atendeu muito bem. Assim o Morais começou a trabalhar de servente de pedreiro para poder se sustentar. Os pensamentos vão e vem borbulhando, ao mesmo tempo que olhava aquele corpo estendido no chão.

Voltam novamente os pensamentos do passado e lembrou com saudade daquele dia que foi trabalhar de servente de pedreiro na restauração de uma bela residência onde morava Joana, uma bela mulher toda insinuante e percebeu que ela o olhava de forma diferente.

Com o passar dos dias ela puxou conversa, quantas doces lembranças. Com o passar dos dias acabou acontecendo o envolvimento dos dois que se transformou numa forte paixão, tudo isso foi muito rápido. A família quando notou aquela relação entre os dois entrou em polvorosa.

Até que um dia ele e Joana resolveram fugir e acabaram se casando e o Morais na cena do crime, lembrando daqueles dias maravilhosos e agradeceu ao destino que os uniu até hoje.

 

CAPÍTULO 3

 

 SURGE UMA SUSPEITA

 

 

Morais desperta daquele sonho e pensa que tinha que resolver aquele caso com aquela mulher estendida no chão e parou de pensar nas suas lembranças. Enquanto o detetive observava os detalhes da cena, entrou na sala uma mulher muito estranha e ele ficou sabendo por outros serviçais da casa que era Estela, irmã da mulher ali morta.

Os policiais o advertiram que Estela era completamente louca e inclusive esteve internada muitas vezes em casas de tratamento de pessoas com problemas mentais. Estela começou a gritar e chorar ao ponto que Morais, já perdendo a paciência, gritou em altos brados “Tirem esta mulher da sala, pois ela está perturbando o bom andamento das investigações.

Morais pensou sem dizer nada a ninguém que os gritos e o choro de Estela lhe pareciam um verdadeiro ato de teatro de uma péssima atriz. Aí concluiu que ela estava se tornando uma primeira suspeita, afinal para que tanto fingimento. Começou a perguntar aos serviçais da casa, como era o relacionamento das duas irmãs?

Pelas histórias que lhe contaram, realmente era uma relação cheia de conflitos que até chegaram várias vezes as vias de fato, com muitos casos de agressões que marcaram profundamente a via daquelas duas mulheres.

 

CAPÍTULO 4 

 

À SOMBRA DA LEI

 

 

Morais como era de costume, não demorou muito tempo, acabou desvendando rapidamente o caso do assassinato de Elza mulher da alta sociedade e como dizia Sherlock Holmes” Elementar meu caro Dr. Watson“, Estela num puro desejo de vingança, envenenou a irmã, colocando o poderoso e mortal veneno Estricnina num drink e Elza acabou por ter uma morte dolorosa, sentindo dores agudas no seu corpo.

 

CAPÍTULO 5

 

O ASSALTO A UM BANCO

E SABOTAGEM AO TRABALHO

 

Algum tempo depois de esclarecido o caso da morte de Elza, Morais foi chamado para solucionar o caso  de um assalto a um banco e quando lá chegou, encontrou o colega Wanderley, que nem sequer tinha sido chamado pela chefia da Polícia, mas assim mesmo apareceu por lá, xeretando e se intrometendo no caso.

Morais já andava desconfiando que o seu colega andava sabotando o seu trabalho de sucesso nas inúmeras investigações. Mal trocaram duas palavras, pois Morais demonstrou claramente seu desagrado pela presença inconveniente do colega.

O detetive Morais começou a interrogar os funcionários da Agência bancária, para colher elementos quem o ajudassem a esclarecer o caso. Pediu que descrevessem as características físicas dos três marginais que praticaram o assalto, mas Wanderley, na medida as investigações avançavam, interferia no interrogatório, procurando atrapalhar e confundir o trabalho interrogatório.

O detetive já estava perdendo na paciência com a interferência do colega, que falou rispidamente para que Wanderley não falasse mais nada com os funcionários que ele estava interrogando.

 

 

CAPÍTULO 6

 

FÉRIAS TÃO SONHADAS E INTERROMPIDAS

 

 

Depois de resolver rapidamente o caso do assalto ao banco que acabou com a prisão dos três marginais e recuperação do dinheiro roubado. Morais solicitou ao seu chefe para poder tirar um período de férias alegando cansaço físico e mental além de ter problemas em casa com a esposa devido a sua ausência prolongada trabalhando quase que ininterrompidamente.

O seu pedido foi aceito e Morais foi para casa rapidamente todo feliz avisar a esposa que iriam sair de férias. Combinaram a realizar um sonho de há muito acalentado e combinaram que iriam fazer um cruzeiro marítimo para a Europa.

Foram somente o casal já queriam iniciar uma segunda lua de mel e assim deixaram os dois filhos com sua sogra.

Malas prontas, viajaram para a cidade de Santos e foram ao Porto da cidade. Subiram felizes bordo do navio Costa Star, de alto luxo e foram conhecer a cabine e ficaram assombrados com as acomodações, já que Morais não poupou esforços financeiros, pois queria que houvesse tudo do bom e do melhor.

Os primeiros dias do casal, era de pura felicidade, o amor a relação dois que andava adormecida, reacendeu com uma chama resplandecente. A comida nem se fala, era um banquete todas as refeições, os olhos de ambos brilhavam de ver tantas coisas gostosas.

De repente, lá pelo terceiro dia de viagem, houve um burburinho grande nos corredores do navio e um zum zum, a notícia corria que havia acontecido um assassinato de uma mulher, numa cabine.

Neste momento, temendo pelo pior, a esposa de Morais, olhos tristonhos e, ao mesmo tempo, implorando para que o marido não se visse tentado a procurar mais detalhes do que aconteceu. Afinal estavam de férias e curtindo uma segunda lua de melo, de há muito esperada.

Mas o instinto de caçador de culpados do detetive e pediu que fosse um pouco paciente que ele voltaria logo. Deixou a esposa num salão de eventos do navio, onde havia de tudo para que ela se distraísse.

E lá se foi ele apertando os passos para chegar logo ao local do crime e já procurando saber de maiores detalhes do que havia acontecido. Se apresentou ao Capitão do navio e disse que era investigador da Polícia de São Paulo e que gostaria de ver o local do crime, para iniciar as investigações e de pronto o Capitão o atendeu

Foram ele e o Capitão para o nosso detetive resolver mais um caso na sua vida de investigador.

 

 

CAPÍTULO 7

 

LEMBRANÇAS DA JUVENTUDE DE MORAIS



Morais, o famoso e realizado detetive da Polícia de São Paulo, teve uma infância e juventude lá no Sertão da Paraíba, na Cidade de Bananeiras, lugarejo simples do interior da Paraíba. Seus pais eram pessoas muito simples que possuíam um pequeno pedaço de terra onde plantavam numa monocultura de sobrevivência. Possuíam umas poucas cabeças de gado, um galinheiro de onde tiravam para uso próprio ovos e às vezes comiam uma galinha assada.

Tinha também uma cabrita, a Bitinha muito querida por todos e aproveitavam a ordenha do leite dela para beber e fazer queijo.

Foi nesse ambiente que Morais nasceu e viveu numa vida simples e sem muitas ambições, porém o rapaz era persistente e sonhador e queria progredir na vida, sair daquele lugar e daquela vida, estudar e ser alguém na vida e para isso insistia com os pais para que ele fosse para a cidade de João Pessoa e iniciar seu projeto de vida.

Finalmente seus pais que possuíam algumas economias concordaram com o filho e deixaram que ele partisse para a cidade grande, dando a ele toda cobertura.

Sua chegada a Cidade de João Pessoa não foi fácil, primeiro por não estar acostumado com aquele movimento todo e depois muito acanhado, andando por ali como um verdadeiro caipira, sem saber direito para onde ir, pois precisava achar uma pensãozinha bem barata para poder viver.

Finalmente chegou na pensão da Graça que o recebeu com muita simpatia, deixando o rapaz comovido e o acolheu como uma mãe, acomodando-o num quartinho muito simples, porém agradável e o suficiente para as necessidades dele.

No dia seguinte Morais acordou bem cedo para procurar trabalho já que os seus pais iriam lhe não seria suficiente para que ele iniciasse seus estudos. Andou para lá e para cá o dia todo, mas não encontrou nada para que pudesse trabalhar, mas não desanimou e também foi ver uma escola para se iniciar no primeiro Ciclo e era particular e demandaria uma boa quantia, já que não achou vaga em nenhuma Escola Pública do Estado. Assistiu também um assalto que ocorreu na sua frente. Daí o primeiro impulso para se tornar um investigador.

Viu assustado pessoas usando drogas, pensou nas tantas coisas ruins que aconteciam na grande cidade e nunca tinha passado por isto. Pensou em escrever aos pais para contar suas primeiras experiências na cidade de João Pessoa. Sentiu um frio no coração e também um suor escorrendo nas suas costas e pensou se conseguiria superar tudo aquilo para alcançar o seu Objetivo.

Voltou para o seu Porto Seguro    que era a pensão da Graça que quando o viu chegar meio taciturno, escancarou um lindo sorriso o acolhendo de braços abertos toda carinhosa e lhe dizendo que aquele era apenas o primeiro dia e que com certeza, viriam outros dias muito melhores e que ele conseguiria tudo aquilo que veio buscar para mudar complemente a sua vida de caipira do mato.

 

 

CAPÍTULO 8

 

O NATAL DE MORAIS

 

 

No dia seguinte, ele acordou cedo e desceu do seu quarto e foi a cozinha onde Graça o recebeu com aquele sorriso que passava confiança ao rapaz e para sua surpresa, ela tinha preparado um café da manhã que deixou o rapaz boquiaberto. Ele perguntou se poderia experimentar todas as guloseimas que viu e Graça que não teve filhos, parecia lhe adotar como tal.

Claro que pode, fiz todas estas guloseimas especialmente para você, coma aquilo que lhe aprouver, disse ela.

Depois de comer de tudo que devorava com os olhos, se lambuzou, agradeceu a dona da pensão e saiu para novamente procurar um emprego. Assim poderia garantir uma quantia suficiente, para poder se matricular na Escola São João da Paraíba e iniciar o primeiro Ciclo e seguir em frente com seus planos.

Nas suas andanças chegou a se assustar outra vez com aquele mar de carros nas ruas, já que estava acostumado só com os animais do sítio de seu pai. E também com os assaltos e crimes que presenciou.

Depois de muito andar, conseguiu finalmente arrumar um emprego de servente de pedreiro, apesar de ser franzino, teria que fazer muita força virando o cimento da obra.

Quando voltou para casa, chegou ansioso, todo feliz para contar a novidade para Graça que sorriu toda satisfeita, olhando para o rapaz que caiu nas suas graças.

O tempo foi passando e lá se foram três meses de Morais amassando cimento, mas já matriculado no Colégio, período noturno.

No dia 23 de dezembro, quando Morais saia para trabalhar, Graça o chamou com o eterno sorriso, carinhosamente o convidou dizendo que no dia seguinte era Natal, data que ela comemorava todos os anos, com seus familiares e fazia questão que ele estivesse presente. Num primeiro momento ele estranhou, já que seus pais, eram tão pobres que nem sequer comemoravam esta data mais importante do Cristianismo.

No dia seguinte, Morais se vestiu com sua “melhor roupa” e desceu para a sala de Graça, que já estava lá acompanhada dos seus familiares. O rapaz parou extasiado com tanta beleza. Uma mesa com uma toalha vermelha toda bordada com desenhos natalinos.  A mesa estava cheia de comidas de Natal e Morais não cabia em si de tanta felicidade, pois nunca havia participado de uma festa de família assim.

Uma árvore de Natal toda resplandecendo com luzes coloridas, cheia de enfeites para lembrar o Natal e o nascimento de Jesus.

Todos os presentes, inclusive Morais, rezaram um Pai-Nosso, para iniciar as comemorações, para comer todas aquelas delícias.

Este foi o primeiro Natal inesquecível da vida de Morais que não cabia em si de tanta felicidade.

 

 

CAPÍTULO 9

 

UMA NOVA AMIZADE

 

 

Morais acabou resolvendo o crime que aconteceu no navio, onde estava com a esposa para umas férias inesquecíveis, fez o possível para resolver o mais rápido possível o assassinato em uma cabine do navio e após localizar o assassino, que se tratava do ex-marido da vítima, entregou o criminoso ao Capitão do navio e voltou literalmente para os braços da esposa Joana e puderam finalmente desfrutar de uma segunda lua de mel.

De volta ao trabalho de investigador, Morais continuou resolvendo tantos e tantos casos, trabalhando na mesma Delegacia por muitos anos. Com os anos passando, novidades foram acontecendo, que começaram a atrapalhar a vida vitoriosa do Detetive. Aconteceu um crime Cibernético que causou muita repercussão, pois a vítima foi um dos maiores milionários aqui do Brasil. Morais foi chamado.

Porém, o detetive já com sessenta anos, próximo da aposentadoria, sentiu que os anos passaram e ele foi ficando para trás se desatualizando. O crime era um golpe cibernético com uma tecnologia desconhecida para ele, A vítima foi um rico Empresário, onde foi usada a Inteligência Artificial, e os criminosos eram totalmente invisíveis. Morais não sabia por onde começar e assim procurando disfarçar o completo desconhecimento de toda a artimanha moderna, usada, que ele desconhecia completamente, pois não era usuário das redes sociais.

Morais saiu dali se sentindo um verdadeiro analfabeto digital e como poderia a Internet ser, literalmente, uma porta aberta? Foi procurar o seu chefe, com o qual desabafou, alegando a sua incapacidade de sequer iniciar as investigações do caso do Empresário lesado.

Nivaldo que era o chefe de Morais há muitos anos, sentiu certa pena, de ver o detetive desanimado, e lhe deu uma injeção de ânimo, falando que ia lhe enviar para um curso intensivo, para saber das novidades de como um Hacker podia entrar na conta bancária de alguém, ou no celular de quem quisesse.

E lá foi o Morais para o Curso intensivo, para se inteirar das novidades da moderna tecnologia, onde podem falsificar um perfil, usando a Inteligência Artificial, poderiam clonar o rosto de uma pessoa, fazendo ficar idêntico ao original, e com a mesma voz. Morais estava sentindo-se totalmente perdido diante de tudo que estava vendo.

Ao seu lado estava sentado, Armando, um expert desta tecnologia, que estava ali só para aperfeiçoar mais ainda, o seu grande conhecimento de TI e da nova tecnologia. Puxou conversa com Morais. Percebendo o seu completo desconhecimento do que estavam ensinando no Curso e se dispôs a ajudar o Detetive para que este pudesse assimilar mais facilmente o curso intensivo, e de toda a tecnologia usada hoje tanto para o bem como para o mal.

Daí surgiu uma grande amizade e com a ajuda de Armando, Morais começou a entender mais facilmente o que estavam ensinando. Inclusive Armando, se dispôs a ir com Morais na casa do Empresário lesado e tentar ajudar na solução do crime. As coisas pareciam melhorar, para o pobre do Morais que estava sentindo-se constrangido, pois desta vez parecia que ele iria fracassar na missão de desvendar este crime cibernético, e seria a primeira vez que não teria sucesso na sua missão de desvendar crimes e prender os criminosos.

Mas, com a ajuda de Armando, parece que o caso do empresário iria dar uma reviravolta e Morais sairia vitorioso. 

Porém, isso ficará para o próximo capítulo.

 

 


O conflito da toga - Alberto Landi

 


O conflito da toga

Alberto Landi

 

Era uma manhã ensolarada em Roma e a cidade pulsava com a agitação de mercadores, políticos e cidadãos.


As ruas estavam repletas de mulheres e homens vestidos de togas brancas, símbolo de sua cidadania e status.

Mas havia um lugar onde essa paz estava prestes a ser desafiada: o Fórum.

Marcus, um jovem cidadão romano, caminhava orgulhosamente em sua toga.

Ele havia acabado de ser eleito para um cargo público na administração local e se sentia no topo do mundo. Em meio à multidão avistou um grupo de não cidadãos conhecidos como peregrinos que se aglomeravam perto da entrada do Fórum.


Entre eles estava um homem chamado Lúcios, de temperamento forte e determinado que havia chegado a Roma, em busca de uma vida melhor. Ele sonhava com o dia que poderia vestir uma toga e ser reconhecido como cidadão. Mas hoje, ele estava prestes a enfrentar uma injustiça, ele tinha facilidade em se conectar com a multidão, tornando-se um líder.

Diante do Fórum, Lúcios avistou Marcus e seus amigos e gritou:

“Por que nós não podemos usar togas”? Também somos parte de Roma, trabalhamos duro, horas a fio, para o seu bem-estar e de seus amigos também.

Marcus olhou para Lúcios de uma forma sardônica e com desprezo:

“Togas são para cidadãos romanos! Vocês não têm direito a isso. Se quisessem respeito, teriam que conquistar sua cidadania”. A tensão cresceu entre os dois grupos.


Os peregrinos começaram a se agitar, enquanto os cidadãos romanos se uniam para defender suas tradições.


Marcus sentiu uma onda de indignação percorrer seu corpo. “ Se não gostam das regras, voltem para de onde vieram”, gritou. Mas Lúcios não se deixou abater. “A história de Roma é feita por aqueles que vieram de longe”. Não somos menos dignos por não podermos usar togas. Lutamos por nossos direitos!


Nesse momento apareceu o sábio senador Quintus. Observando tumulto, resolveu intervir.

“Parem”! Ordenou com firmeza.

Como ele era um bom político e sábio, aprimorou da discussão. “A verdadeira grandeza de Roma reside em sua capacidade de acolher a todos, independentemente da origem”., enfatizou


Quintus olhou fixamente nos olhos de Marcus e Lucius. “Se continuarmos a dividir Roma entre cidadãos e não cidadãos, perderemos o que nos torna romanos: a União”.

Após algumas trocas acalorada, Marcus começou a refletir sobre as palavras do senador. Ele percebeu que a toga era um simples tecido. E, o verdadeiro valor estava na dignidade e na contribuição de cada pessoa para Roma.

“Eu.........eu não pensei assim”, disse Marcus.

“Talvez devêssemos encontrar uma maneira de incluir todos nós”.

Lucius sorriu timidamente: “todos nós queremos ser parte disso”.

E assim, sob os ensinamentos de Quintus, os romanos começaram a discutir formas de integrar os peregrinos à sociedade romana, criando novos caminhos para que todos pudessem contribuir e ser reconhecidos.

O conflito havia aberto às portas para um novo entendimento.

Roma se destacava por sua diversidade e cada parte contribuía para a magnífica harmonia da cidade eterna.


O CASAMENTO REAL - Alberto Landi

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