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quinta-feira, 9 de maio de 2019

TRAIÇÃO – CRIME OU PECADO? - Du Carmo



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TRAIÇÃO – CRIME OU PECADO?
Du Carmo


Ontem à noite, assistindo a um telejornal, desses que gotejam sangue, ouvi uma história interessante.

A protagonista da trama, Isabela, conhecida como Belinha, moça interiorana com vinte e oito anos de idade, totalmente ingênua e muito tímida, veio para a capital morar com uma senhora amiga da família, pois acabara de perder a mãe, ficando só no mundo.

A mudança de vida foi radical. Aqui ela começa a trabalhar em um escritório de advocacia, conclui seu curso de Direito e não fez nenhuma amizade.

Muito calada e tristonha, seu semblante ficou como se de uma boneca de porcelana, bonita, mas sem vida.

Um dos advogados solicitava sempre os seus serviços. Certo dia, pediu que ficasse um tempo além do horário, pois precisava digitar uma petição, mas não se acertava com teclados. Solícita, concordou, avisando dona Amélia que chegaria mais tarde.

Confiante instalou-se na sala do Dr. Eduardo.

Esperou por ele que estava em outra sala, falando ao telefone. A sala estava vazia.  Belinha não deu maior importância por esse fato.
Tão logo Dr. Eduardo entrou na sala, sorrindo disse:

- Belinha, não precisa tratar-me por doutor, diga somente Edu, como os amigos fazem. Bem, agora vamos ao que interessa.

Ingenuamente, Belinha posiciona-se para começar a digitar, quando Edu aproxima dela, e com voz aveludada lhe diz que está desvairado de mor por ela e quer que ela o conheça melhor para que possa pedir, à dona Amélia, permissão para namorá-la.

Belinha que sofria com o amor calado, rompeu em prantos.

Aproveitando a chance de acarinhá-la, abraçá-a e a beija alucinadamente.

Belinha está a ponto de desfalecer de emoção.

Ele continua falando, falando, mas ela não consegue ouvi-lo, pois, o seu coração batia mais alto.  

Acalmaram-se, conversaram muito, e chegaram ao acordo de que no dia seguinte iriam juntos para sua casa e Edu pediria permissão para namorar Belinha.

Nessa noite, Belinha não conseguiu dormir. A felicidade e ansiedade para chegar rápido o final do expediente seguinte, secaram seus olhos, não fechavam. Agradecia a Deus tamanha felicidade.

Finalmente dezoito horas. Todos saíram, o escritório ficou vazio. Belinha demorou em fechar seu expediente, pois esperava Edu, que na sua sala, falava ao telefone. Parecia nervoso. Explicou que era um cliente novo que iria no dia seguinte visitá-lo.

Tudo correu como combinado.

Dias e meses passaram-se e Edu mostrava-se o melhor namorado do mundo. Galanteador, romântico, gentil, sempre com mimos para que ela se enfeitasse para ele, enfim, o namorado que toda moça sonha.

Sem bater à porta da sala de Edu, ia abrir a porta, mas ouve a voz de Edu gritando dizendo:

- Você é minha mulher, mãe dos meus filhos, tem tudo o que quer, então me deixe em paz. Contente-se em eu dormir com você, todas as noites. Chega. Vou desligar.

Tomada por uma coragem sobrenatural, Belinha abre a porta e sorrindo diz:

- Querido, vá hoje consolar sua esposa, eu entendo, amanhã conversaremos. Ela o amo, sente sua falta. Eu sou compreensiva. Boa noite e até amanhã.

Virou-se e saiu.

Edu estupefato não pronunciou palavra alguma.

No dia seguinte, Belinha foi ao setor competente e pediu seu desligamento da empresa, alegando problemas de saúde na família. Despediu-se somente do Diretor e de seu Chefe.

Em casa, contou a dona Amélia o ocorrido e disse que esse pecado ou crime, não queria que pesasse em sua consciência. Edu que pagasse sozinho pela dupla traição.
Vou seguir minha vida com mais sabedoria.

O EXEMPLO NÃO VEM DE CIMA - Henrique Schnaider



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O EXEMPLO NÃO VEM DE CIMA
Henrique Schnaider



Luiza era uma mulher folgada ao extremo, só não era mais, por falta de espaço. Vivia explorando seus pais, estava com quarenta e cinco anos, foi uma péssima aluna, estudou aos trancos e barrancos, cresceu, demonstrando falha de carácter, inerente a sua personalidade, não havia explicações para sua forma de ser, já que seus pais eram trabalhadores, admirados, pela forma que lutavam na vida, para que nada faltasse em casa.

A mulher era um quiabo, escorregava demais, sempre tirava o corpo fora jogando qualquer obrigação para os pais ou ao seu irmão Ramiro, homem trabalhador, solteiro inveterado, que ainda não alçara voo para ter vida própria, mas pelo menos não era explorador como a irmã. Luiza vivia mordendo Ramiro, pedia empréstimos a toda hora, não parava de explorá-lo, ele que era uma pessoa dócil, fácil de convencer, ajudava a sanguessuga.

Aqueles dias eram de festa para a família Oliveira, morrera um tio distante, muito rico, que só tinha o pai de Luiza como sobrinho, não havia mais ninguém para reclamar aqueles bens, o pai herdou tudo.   A folgada logo convenceu a família, que apesar de tudo, eram de boa-fé, que iria tomar conta de tudo, já que não tinham tempo, nem capacidade para administrar aquela dádiva herdada, e o dinheiro que veio farto.

Os olhos de Luiza faiscavam só de pensar, dançavam de alegria, na expectativa de por a mão naquela fortuna, mas faltava para ela, o tino comercial, a verdadeira esperteza, para administrar todo aquele tesouro, mentia o tempo todo para os familiares, começou a meter os pés pelas mãos, entrando em negócios fracassados, o dinheiro começou a ir embora pelo ralo.

Luiza era espertinha, mas acabou vítima de um oportunista, sempre procurando pessoas incautas como ela, que era ambiciosa a procura de dinheiro fácil, na sua ganância, insistia nos maus negócios, era levada facilmente na conversa do Ricardo, com quem se envolvera, o cara malandro típico, dava golpes às pencas, usando seu charme e conversinha fácil, a inocente útil, entrava com tudo, torrando o dinheiro que não era seu, enquanto isso sua família não tinha noção, das trapalhadas que ela andava fazendo.

Ricardo sugou ao máximo, quando viu que deste mato não sairia mais coelho, deu no pé, sumiu, escafedeu, deixando Luiza no prejuízo, a fortuna do velho tio, se fora toda, deixando a família na mesma situação de quando recebeu a herança.

Luiza que só tirava vantagem com seus familiares, para mentir e convencer, para mostrar que tinha feito bons negócios, mas por circunstâncias pouco esclarecidas, tinha se dado mal, e o pior é que aceitaram de bom grado suas desculpas, perdoando-a, e por incrível que pareça, continuou a viver as custas deles, voltando aquela vidinha medíocre de sempre.

Alimentos Benéficos e Rejuvenescedor - Michel Milhão



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Alimentos Benéficos e Rejuvenescedor
Michel Milhão

   Começando pelo abacate que entre outras propriedades, rejuvenesce, impedindo o envelhecimento precoce, bom para pele e favorece a memória.

Salmão fortalece o cérebro, espinafre, facilita o fluxo sanguíneo, ovo repara as células cerebrais, o chá-verde, estimula a memória, a batata-doce conta com substâncias que afastam o Alzheimer, o chocolate nutre o sistema nervoso.

   O café é bom, mas no Máximo 3x dia, já o limão acaba com as toxinas, a couve reduz o colesterol, o suco verde combate doenças do coração.

Um alimento que eu não dava a menor importância é a berinjela, propago, pois ela é rica nas vitaminas, A, B1, B2, B5 E C.


  A vitamina tem poder antioxidante, isso significa que combate os radicais livres, a berinjela e outros alimentos, nas cores, vermelha, azul e roxa, diminuem os riscos de câncer, a vitamina B, melhora o humor, a B1 e a B5

Ajudam a combater o estresse e no metabolismo a B2 aumenta a absorção de nutrientes.

  A vitamina C traz benefícios para o sistema imunológico, rico em fibras solúveis, a pectina ajuda bastante o transito intestinal, alem de proporcionar maior sensação de saciedade, após as refeições aumenta o tempo de exposição dos nutrientes no estomago, melhorando a digestão em particular dos açucares e gorduras.

 Esse aspecto contribui na regularização do metabolismo energético, melhorando o desempenho de todas as atividades físicas.

  Os minerais contribuem para o bom funcionamento da memória, fortalecem os ossos, desintoxica e o corpo, o cálcio e o fósforo A e E no esqueleto, prevenindo a osteoporose, regulariza a pressão arterial.

  O fósforo preserva a memória, ativa no controle muscular, evitando câimbras, e tem mais é contra anemia, bom para pele, cabelos e sensibilidade de gustativa, e também as capsulas e farinha de berinjela, até a água da berinjela é diurético, desincha e limpa o sangue.

Outro alimento que impede o envelhecimento precoce é a beterraba.

Essas e outras coisas comunico em alguns programas de rádio que participo.

Finalizando, desejo a todos, boa saúde em todos os sentidos, em todos os aspectos sob todos os pontos de vista já inseridos no contexto.


REVIRAVOLTA - Hirtis Lazarin



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REVIRAVOLTA
Hirtis Lazarin



     Alice, como quase todas as mulheres de sua época, já nasciam com a vida programada: casar; ter filhos, de preferência, vários; administrar a casa e educar as crianças.

     A morte prematura do marido deixou-a transtornada com dois filhos adolescentes para criar.  O dinheiro da pensão era insuficiente.  Viu-se forçada a dobrar a jornada de trabalho.  Durante o dia, era recepcionista num consultório dentário.  A noite, era arrumar, limpar, cozinhar, lavar, dormir.  Uma rotina pesada e angustiante.  Os filhos.... Ah! Esses filhos... Só aborrecimentos e incompreensão.  Com o tempo vieram o estresse, a depressão e os distúrbios do sono passaram a ser constantes.

     Alice esqueceu de si mesma.  Fugia do espelho, pois ele revelava um rosto envelhecido e tristonho.  Os olhos morteiros, parados, olhos de quem sempre vê o que não quer ver, sempre o mesmo do nada.

     Noites e noites, na insônia da madrugada, sentava-se na soleira da porta da cozinha.  O coração cheio de solidão, o rosto molhado de lágrimas doloridas.  Não rezava mais, até a fé já se fora.  Uma Nossa Senhora, que ficava numa pequena gruta de pedras no quintal, foi retirada e esquecida.  Ali sozinha resmungava desabafos, confessava mágoas, falta de esperança.  Os filhos rebeldes e egoístas, o tempo fluindo, a vida em pedaços.  O fardo pesava demais.  E lá no céu, a lua cheia, cheia de alegria, ouvia tudo caladinha, comovida e sem graça.  E o silêncio era tal que até se ouviam as folhas roçando o ar.    

     Mas, a vida continua... As sementes germinam, os filhos crescem, os ponteiros do relógio não param e até os sentimentos se modificam.  Alice não era mais a mulher que chorava pelos cantos a ausência do esposo, não era mais a mãe dedicada, sensível e tolerante. Deu um basta a tudo.  As agruras fortaleceram-na, a tristeza virou raiva, a dedicação virou desleixo, a paciência, desprezo.  No silêncio elaborava planos de superação e libertação.
     No banco havia uma quantia razoável em dinheiro.  Uma herança aos filhos deixada pelos avós maternos.  Fria e determinada, pôs em prática um plano que seria a sua libertação.  Aos poucos, foi transferindo quantias a sua conta até resgatar o valor total.  Remorso?  Nem pensar.  Os filhos já independentes e prontos para serem inseridos no mercado de trabalho e a vida inteira pra conquistar espaço e sonhos.

     Alice deu uma reviravolta naquela vida medíocre: entrou numa dieta rigorosa, cortou e pintou os cabelos cacheados, renovou o guarda-roupa e um kit de maquiagem não se separava mais de sua bolsa.  Rejuvenesceu uns dez anos.  Os filhos não paravam em casa e quase tudo lhes passou despercebido.

     No banho ou na cozinha, Alice flagrava-se cantarolando.  No espelho, os olhos brilhavam e sorriam saborosamente.  Para o trabalho vestia-se com elegância e bom gosto.  Voltava para casa sem horário, frequentava "happy hours", fez amizades e conheceu homens interessantes.  Ressuscitou, enfim, a fêmea que jazia dentro dela.  Pedro Henrique foi uma aparição colorida.  Olhos daquele verde rajado indefinido.  Olhos nos olhos encantados como duas serpentes medindo forças.  Simbiose...

     Era sexta-feira.  Cedinho, o sol mostrou a sua cara pela fresta da janela e fugiu pelo corredor.  Alice, ansiosa, irrequieta e buliçosa, organizava roupas, escolhia as mais novas, abria e fechava malas.  Acendeu um cigarro e esperou.  Esperou o táxi e saiu apressada.  Não apareceu no trabalho e nunca mais voltou para casa.

     Alice desceu e conheceu o inferno. Reenergizada subiu aos céus.
   

O AMOR DA JUVENTUDE - Henrique Schnaider


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O AMOR DA JUVENTUDE
Henrique Schnaider



André conheceu Anita na época do colégio, desde que a viu, ficou apaixonado, amor de juventude, tudo azul, explosões de sentimentos, o coração não cabe dentro do corpo, quer sair aos pulos na direção da pessoa amada.

Anita parecia corresponder aos anseios de André, aos poucos se aproximaram, ambos tímidos, o rapaz chegou perto, puxou uma conversa envergonhada, ficou corado, um tomate maduro, não sabia o que falar, sem ser gago, gaguejou muito, as palavras não saiam direito, não conseguiu expressar o amor que sentia pela garota, que por sua vez, sentia um frio na barriga, queria ser invisível, sair correndo dali, pedir socorro a mãe.

Aos poucos o constrangimento foi superado, o amor na sua inocência, é mais forte do que qualquer outro sentimento, ambos adoravam se ver, o mundo é lindo, faziam planos, ficar juntos para sempre, os estudos foram por água abaixo.

As famílias, sentindo que o futuro dos dois, estava sendo comprometido, tratou de afastá-los, Anita foi transferida de Colégio e os jovens pressionados pelos familiares, deixaram o amor para trás. Afinal, cada qual seguiu seu caminho.

André formou-se Engenheiro, conseguiu um emprego numa multinacional, se deu muito bem na escala social, mulheres as pencas, sonhavam em tê-lo como marido, mas o rapaz não esquecera de Anita, não fazia a menor ideia de que sua amada fez na vida.

Anita fez-se mulher, bela, um violão, se formou, médica clínica geral, deu-se bem na vida, ganhava o suficiente para realizar todos os seus sonhos materiais. Ela também não esquecera aquele amor da juventude, seu coração balançava, quando lembrava dos beijos fogosos do André, nessa hora a saudade doía, o coração apertava, dava um nó.

Os anos passaram, nada como o tempo para acomodar as coisas, André conheceu Paula, colega de Faculdade, inteligente, boa aparência, se entendiam muito bem, namoro, noivado, casamento. Casal vinte, tiveram três filhos, crianças lindas, dois meninos e uma menina, viviam felizes.

Com Anita não foi diferente, conheceu Rui, também colega de Faculdade, a vida seguiu o mesmo ritmo, formaram uma bela família, tinham dois filhos, dois meninos, nada atrapalhava aquela felicidade.

Até que um dia, sempre tem um dia, André estava no trabalho, sentiu um mal-estar, resolveu ir ao Hospital,  quando entrou no consultório, , seu coração, sentiu o golpe, era Anita, que linda, uma formosura, ficou parado, uma estátua, Anita levantou-se, lágrimas escorreram, a emoção rolou solta, não pensaram duas vezes, se abraçaram, não resistiram, trocaram beijos quentes. De repente cai a fixa, retrocederam envergonhados, eram casados, aquilo não era certo, amavam seus parceiros, a família. André não resistiu, pediu, Anita cedeu àquele amor impossível, encontraram-se mais tarde, volúpia, sexo irresistível, soltou todo aquele sentimento guardado durante anos.

A fofoca, o disse que me disse, correu, fogo de gasolina, afetando ambas as famílias, mas eles não pensavam em traição, só queriam estar próximos, mergulhar naquele amor. Famílias destruídas, um escândalo, ameaças de divórcio, não havia solução razoável para aquela tragédia grega.

No fim não resistiram, aos olhos punitivos da sociedade, dos princípios éticos e religiosos de família, aquele amor puro que veio da juventude, resistiu ao tempo, mas sucumbiu diante de tantos interesses em jogo, resolveram não se ver mais, voltaram para suas famílias, reunir os cacos, tentar consertar o que estragaram.

  


Um amor infinito - Du Carmo



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Um amor infinito
Du Carmo

Desde criança sonhei em dar e receber a chama de alegria de um amor eterno.

Hoje, adulta, sei que a filosofia da vida moderna e bem diferente, uma vez que a correria para a sobrevivência a faz fria e insensível.

Reza um antigo ditado que, toda regra tem sua exceção, pois é, eu tenho um rio de palavras para contar a história de um eterno e verdadeiro amor que sobreviveu à indiferença da atualidade.

Uma querida e antiga amiga, hoje com oitenta anos, vive sua acalentada ventura de amor, que ficou aninhada em seu coração por mais de trinta anos.

Em um curso de inglês que fazíamos, na saudosa década de cinqüenta, Silvia amiga desde bebê, por conta de nossas mães serem amigas, conheceu José Luiz, o oásis de amor de sua vida.

A atração entre eles foi tal qual a de uma abelha por uma bela flor, intensa e a cumplicidade saltava aos olhos.

Mas, sempre existe um, “MAS”! José Luiz era de família tradicional paulista, herdeiro de fazendeiro de café e já estava destinado a casar-se com filha de família amiga da mesma classe social. 

Silvia era de classe média, família bem constituída, mas não tinha título nenhum. Quando o romance ficou sendo conhecido pela família do rapaz, imediatamente ele foi transferido para uma universidade fora do pai.

Os melancólicos anos arrastaram-se lentamente e nunca mais Silvia teve notícias dele.

Em uma carrancuda tarde de final de outono, Silvia, em um supermercado, tentava pegar um frasco de mostarda que estava em prateleira mais alta da seção de condimentos, ouve o som de uma voz masculina e sente seu coração disparar.

­- Jose Luiz! Exclama sem olhar sequer para o lado de onde vinha a voz.

-Sim! Meu amor sou eu! Finalmente a encontro.

Sentindo-se desfalecer, Silvia vira-se e num raio de alucinação, joga-se nos braços abertos que vagamente via, pois um rio de lágrimas banhavam seu rosto que era beijado amorosamente. Assim ficaram por alguns minutos, sem se darem conta de onde estavam.

José Luiz foi o primeiro a falar:

- Meu inesquecível amor, mesmo depois de tão longa separação, eu sentia que o nosso amor vivia e que eu a encontraria para então realizaríamos o nosso sonho da juventude. 

Hoje estão casados e o amor com o mesmo fervor dos anos cinquenta.

A ÚLTIMA QUARTA - LEON A. VAGLIENGO

  A ÚLTIMA QUARTA Dizer o quê? As coisas vão, mesmo, acontecendo...                                                                     ...