A Bruxa
Alberto
Landi
Próximo
a um bosque situado num pequeno vilarejo de Portugal, na freguesia de Chaves,
vivia uma jovem bruxa chamada Helen. Muito bonita, tinha cabelos longos enrolados,
pretos como o céu em noite sem luar e os olhos eram verdes como folhas de
arvores. Estava sempre com um vestido preto comprido, andando descalça pelo
bosque.
As
crianças traquinas tinham horror dela, pois, diziam que ela as transformava em sapo.
Morava numa casa próximo a um riacho, um lugar aprazível, com muitas flores,
plantas e pássaros.
Helen
tinha um cachorro Galgo e não um gato preto e malvado como normalmente as
bruxas têm. Vivia feliz, estudava biologia, gostava de dar suas caminhadas
diárias, de ler, escrever e fazer suas magias.
Porém,
havia uma coisa que a deixava muito triste, não ter amigos, porque as pessoas
do Vilarejo falavam sobre sua maldade, somente pelo fato de ser bruxa. E
ninguém queria se relacionar com ela.
Certo
dia, um grupo de jovens estava passeando pelo bosque, na maior bagunça, quando
a viram. Começaram a gritar:
— Olha
a bruxa! E saíram correndo, nem deixaram ela se aproximar, nem sequer dar um
oi. Dentre eles havia um rapaz que não acreditava em tudo que lhe falavam. Resolveu
ficar e saber mais sobre a tal bruxa malvada.
Seu
nome era Alan, cabelos castanhos, olhos verdes, alto, inteligente estudante de
Direito. Ele a seguiu, para descobrir onde morava e saber um pouco mais sobre ela.
Ela percebeu isso e aguardou para ver o que Alan iria fazer, e quem sabe ela
finalmente teria um amigo.
Helen
entrou em casa e ficou fazendo suas coisas, deixou a janela aberta, e assim o
rapaz poderia ver que ela levava uma vida normal. Era muito esperta. Alan
distraído nem percebeu que havia uma raiz de arvore a sua frente, andou um
pouco, e enroscou o pé nela e caiu. Ficou tentando soltar o pé que estava
preso. Helen escutou o grito e correu para ver o que havia acontecido. Se
aproximou do rapaz e perguntou se poderia ajudá-lo. Receoso falou que sim. Ela
soltou o pé dele da raiz. Ofereceu-lhe um remédio dizendo que era feito de
folhas de arnica, e que todo mundo usava. Alan aceitou, e ela então o ajudou a
levantar-se e caminhar até a sua casa.
Cuidou
dele e ofereceu um suco de frutas com bolo. Perguntou a ela sobre o fato dela
ser uma bruxa com fama de malvada. E descobriu, que ela era igual a todo mundo e
acabaram, se tornando grandes amigos.
Ficou
feliz por ter conhecido Helen e rumou para casa, prometendo a ela retornar em
breve. Helen ficou feliz por finalmente ter conseguido um amigo. Mas os dias passaram.........
e Alan não aparecia.
Até
que um dia ele resolveu visitá-la e deu-lhe rosas vermelhas, se desculpando
pela demora em revê-la. Helen ficou muito alegre e emocionada.
Os
encontros se tornaram frequentes e a amizade aos poucos se transformou num
grande amor. Passeavam constantemente no centrinho da freguesia. Com o passar
do tempo, apresentou-a para a família, informando que ela era bruxa, mas do
bem, fazia magias para ajudar as pessoas. A família de Alan até pedia a ela
para fazer algumas magias e se divertiam com isso.
As
crianças por serem muito curiosas, também foram se aproximando e como ela sabia
contar um monte de histórias, foram se afeiçoando a ela. E assim todos
descobriram que ela era muito legal.
Muito
tempo depois, eles se casaram, muito felizes, em uma cerimônia bem simples. Não
sei se esta felicidade durou para sempre. Porque desentendimentos fazem parte
da vida de um casal, mas com certeza, tinham tudo para serem felizes, enquanto superassem
os seus problemas.
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