FANTASMAS DE CARNAVAL!
Dinah
Ribeiro de Amorim
Era
Carnaval! Desci até a entrada do prédio, para esperar umas amigas que viriam me
buscar. Iríamos a uma festa à fantasia.
Elas
estavam atrasadas e eu muito adiantada! Parei para ajeitar um pouco o chapéu,
num espelho da parede, que estava incomodando! Minha fantasia era de vovó
mesmo, só que do tempo antigo.
Escuto,
de repente, uma voz baixinha, falando qualquer coisa como:
—
Gostaria de ir junto! Posso sair com
você? Fui passista de escola de samba!
Olho,
assustada, pelo espelho e vejo uma moça, quase menina, sentada no sofá. Não
havia percebido sua entrada nem notara sua presença quando desci ao hall! E é
um lugar pequeno!
Olhei
para ela, um tanto surpresa, não respondi nada e ela me olhou, sacudiu os
ombros e se espantou com a minha indiferença...
As
amigas chegaram, saímos, brincamos muito, esqueci-me do acontecido!
No dia
seguinte, avistei o zelador e entre uma conversa e outra, perguntei quem era a
mocinha, morena, com jeito de cabocla, fala macia e baixa, sentada à noite, na
entrada do prédio, querendo sair comigo?
Ele,
de início, não soube responder, mas olharia no controle automático, para ver
quem seria? Qual o andar?
Quando
o encontrei, novamente, perguntei:
— E
aí? Conseguiu ver quem era, no sábado, à noite, sentada no sofá?
— Não havia ninguém! Aparece somente a Sra.,
ajeitando um chapéu, diante do espelho.
Realmente,
fiquei muito preocupada com aquela resposta, mas lembrei-me de tantos fatos
estranhos que acontecem nessa vida, reais ou imaginários, que achei melhor
pedir proteção a Deus e esquecer o caso!
Cada
vez que entro ou saio do prédio, sem querer, dou uma olhadinha no sofá! Um
certo medo? Talvez!
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