A
PRAÇA
Henrique Schnaider
Gilberto chegou cedo naquela praça enorme mais
parecendo um parque. A primeira impressão foi de encantamento, tal a beleza do
local cheio de árvores que existiam lá. De todos os tipos, gigantes de copas
muito altas, proporcionando um sombreado aconchegante.
Havia também árvores de outros tipos, como o ipê
amarelo, manacá da serra, Cambuci, Ingá, canelinha. Árvores gigantes como a
copaíba, coqueiros reais, araucárias, figueira brava, o maravilhoso jequitibá
branco.
Gilberto ficou com água na boca quando indo mais
para dentro da enorme praça, deu de cara com pitangueiras, jabuticabeiras, as
goiabeiras que crescem em todos os lugares. Ele percebeu que alguém plantou a
graviola que não é nativa aqui da terra.
Ele continuou andando e encontrou uma enorme
paineira bem no centro da praça. Havia um chafariz ao lado com um enorme jato
d’agua, refrescando o local.
Os bancos estavam tomados com casais de namorados
que pelo encanto do local, trocavam carícias e olhares apaixonados. Gilberto
até suspirou, sentindo falta da sua amada. Finalmente achou um cantinho para se
sentar e poder apreciar mais coisas que a praça oferecia.
Dezenas de passarinhos tomavam conta das árvores
desde o os sabiás laranjeiras com o seu canto triste e bonito envolvendo o
local. Os bem-te-vis chamando a todos com seu piado bem-te-viiii. Gilberto se
encantou quando chegaram nas árvores um bando de maritacas e perequitinhos tuim
causando um barulho enorme com seus cri cri cri.
Gilberto ficou com água na boca quando ali perto as
pipocas pulavam sem parar no carrinho do pipoqueiro, espalhando no ar seu
cheiro característico que a todos atraí. Ele adorava pipoca doce enchendo o
carrinho com sua cor vermelha de sabor delicioso.
A praça estava lotada de pessoas desde as mais
simples até algumas vestidas com roupas elegantes, alegres parecendo estar
felizes apenas por estarem ali. Todas passeando vagarosamente saboreando os
aromas e perfumes espalhados pelo ar.
Crianças brincavam no parquinho correndo para poder usar
todos os brinquedos ao mesmo tempo. Os pais fiscalizavam para que as coisas
corressem na mais completa paz e a algazarra não virasse bagunça.
Para colaborar com este paraíso na terra, o dia
estava lindo, nenhuma nuvem no mata-borrão do céu. Uma brisa corria pelos
canteiros aliviando as pessoas e deixando a temperatura agradável.
Gilberto percebeu que, como não podia deixar de ser,
lá estava o vendedor de cachorro-quente com filas de pessoas para comprar e
saborear um dos sanduíches mais populares do país. Logo ao lado a barraca do
pastel lotada de gente, cada um escolhendo o pastel do seu gosto, palmito,
carne, calabresa etc.
Gilberto resolveu andar mais um pouco e viu um outro
lado da praça, muitas pessoas adestrando e ensinando seus cães a conviverem com
os outros amigos caninos, dentro de um canil que havia no local. O au au da
cachorrada era ensurdecedor.
A mistura de ruídos das crianças, passarinhos e dos
cachorros deixava a praça cheia de vida. As cores das flores, das roupas
coloridas das pessoas e dos passarinhos, coloriam a praça com muito
encantamento.
Gilberto viu que havia lâmpadas coloridas na praça
toda, que permitiam passeios noturnos. Ele parou para sentir os perfumes que
vinham de todos os lados e os sabores de todas comidas do local se misturavam e
competiam entre si.
A tarde caia e dava a praça um ar ainda mais bonito
recebendo os últimos raios do sol.
Gilberto resolveu ir embora, mas com a certeza que
voltaria naquela praça muitas outras vezes.
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