A Praça
Adelaide
Dittmers
A
praça deitava-se languidamente sob um sol morno de primavera. Flores de todas as cores salpicavam o extenso
e macio gramado. Árvores espalhavam-se
pelo belo jardim, oferecendo as sombras generosas àqueles que as quisessem
desfrutar.
Bancos
distribuíam-se pelos os largos caminhos, que a cortavam, onde pessoas
sentavam-se para admirar o lugar ou para ficar imersas em suas leituras. No
centro do gramado, crianças corriam para lá e para cá, respirando liberdade e
prazer, como só os pequenos sabem usufruir de maneira plena e sem freios. Algumas delas desciam velozmente pelos
escorregadores ou balançavam-se tão alto, como que almejando chegar ao
céu. Subiam e desciam no trepa-trepa e
seus gritos de alegria ecoavam por todo o canto.
Sob
uma frondosa árvore, uma família estendeu uma toalha, em que colocou várias
iguarias e acomodou-se para apreciar a paisagem, gozando de um saboroso
pic-nic. Conversavam e riam animados,
com certeza esquecendo os problemas do quotidiano.
Mais
adiante, um homem de cabelos longos e desgrenhados, vestido com roupas rotas e
sujas, dormia ao lado de uma garrafa vazia.
O que será que o levou àquele estado?
Cães
passeavam com seus donos, felizes pelo passeio, rosnando e latindo para outros,
que por eles passavam ou aproximando-se para cheirá-los, abanando o rabo numa
tentativa de reconhecimento.
Bicicletas,
patins e skates deslizavam, atravessando a praça de ponta a ponta;
Dois
senhores de idade avançada andavam devagar, apoiados em suas bengalas, lançando
olhares nostálgicos à vida que se derramava pelo jardim e que aos poucos lhes
fugia.
Um
casal de papagaios passou ruidosamente pelos ares, chamando a atenção dos
freqüentadores, que apontavam para eles, mostrando às crianças aquelas aves tão
simpáticas e barulhentas.
No alto
de uma árvore, um bem-te-vi entoou seu belo canto, enquanto bem abaixo, um
beija-flor sugava o pólen de uma flor.
As
horas foram passando e a tarde vestiu-se com os tons alaranjados, rosas e
lilases do pôr-do-sol. O deslumbramento
pelo espetáculo, que anuncia o fim do dia, tomou conta do coração de todos,
fazendo-os se sentir parte daquele momento mágico, que a natureza proporciona.
Aos
poucos, o lugar foi ficando vazio e solitário e quando a noite chegou de
mansinho com sua roupagem estrelada e prateada pelo luar, a praça adormeceu
placidamente embalada pelo silêncio.
Esta descrição deu bastante vida e alegria à praça, sem descuidar da mutação de seus aspectos ao longo de um dia, enriquecida pela utilização de algumas figuras de linguagem.
ResponderExcluir