O
BISBILHOTEIRO
Henrique Schnaider
Se não fizesse o que fez, Antônio não teria passado
pelo o que passou, foi uma experiência horrível que ninguém gostaria de passar.
Antônio é do tipo bisbilhoteiro e o pior de tudo é
que fez com que Luiza passasse junto com ele a experiência inesquecível que
viveram.
A vida seguia seu rumo, casado com Luiza, tinham
dois filhos eram felizes, estabilizados financeiramente, tinham tudo do bom e
do melhor, mas o problema era que o danado do Antônio, encrenca pouca é
bobagem, ele sempre metia o bedelho onde não era chamado, já tinha passado por
poucas e boas.
Na família era briga toda hora, o sabichão, cheio de
sabedoria, se metia na vida de todo mundo achando que, só ele sabia o que era
certo ou o que era errado.
Já diz o ditado que “em briga de marido e mulher
ninguém põe a colher”, a irmã de sua mulher, a cunhada, vivia às turras com o
marido, e Antônio ditava as normas como juiz, dizendo pra um e pra outro, que
ambos estavam errados, que seguissem o que ele dizia que, daria tudo certo.
Ninguém mais aguentava a intromissão dele, poucas
pessoas estavam frequentando a casa dele, ninguém contava mais nada para ele já
que teriam que ouvir uma enorme ladainha.
Certo dia, lá ia o Antônio de carro com a mulher,
quando viu uma grande aglomeração, lógico o intrometido parou o carro e foi ver
o que estava acontecendo.
O problema é que o sujeito estava com uma arma
apontada para a cabeça de uma mulher, Antônio metido a besta, passou a discutir
com o suspeito, achando que o convenceria a libertar a mulher, mas ele não
sabia que o indivíduo estava surtando, era esquizofrênico, a discussão seguiu
acalorada, virou um sururu.
De repente, o louco larga a mulher e aponta a arma
para o Antônio e rende ele e a sua esposa, ameaçando matar os dois. O metido do Antônio suava frio, e situação fora
de controle, a polícia tentando intervir, mas estava difícil controlar a
situação.
Antônio se amaldiçoava por ter parado e se metido
naquela encrenca, jurando que se não morresse, nunca mais se meteria na vida
dos outros, sentia o cano duro do revólver na sua nuca, não resistiu a tamanha
tensão que, sujou as calças, a humilhação foi muito grande.
A polícia trouxe um atirador de elite, que aguardava
ordens, para atirar no louco, e no momento que o suspeito engatilhou a arma, ia
atirar sem dúvida, levou um tiro no meio da testa, caindo morto no chão frio do
asfalto.
Antônio com alívio, mas envergonhado com as calças
sujas, seria cômico se não fosse trágico, o desconhecido ali morto , o
encrenqueiro tratou de sumir dali o mais rápido possível, não sem antes
prometer ao delegado, que depois ir em casa, tomar um banho e vestir roupas
limpas, iria até a delegacia prestar depoimento.
A lição foi dura para metido do Antônio, mas “pau
que nasce torto, não tem jeito, morre torto”.
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