Reação das nuvens
Hirtis
Lazarin
As
nuvens, impossível agarrá-las. Tão
próximas aos nossos olhos e tão distantes de nossas mãos.
Brincar
de pega-pega é o que elas mais gostam de fazer.
E na brincadeira ingênua e divertida, transformam-se em carneirinhos,
bolotas de algodão e florezinhas mal-acabadas.
Distraídas
não percebem que o inimigo terrível as espreita. Percebendo-as indefesas e
presas fáceis, o tufão sai do esconderijo
e tem pressa pra atacá-las. Chega com
toda força que tem.
Num
vai e vem atrapalhado e angustiante, elas que sempre ouviram que a união faz a
força, juntam-se num bloco único.
O
medo, o pavor, transformam-nas em pesadas
e negras nuvens. E choram... Choram
muito...E o choro molha o asfalto que, aquecido pelo sol intenso, queimava os
pés das crianças que brincavam descalças.
***
A chuva
Hirtis
Lazarin
Depois
de um dia de sol escaldante, a chuva, lá veio ela, rápida e sem dó.
Chegou
poderosa, acompanhada de seus asseclas preferidos: relâmpagos intermitentes e raios assustadores
em quantidade jamais vista.
Silenciou
a cidade, derrubou árvores que destruiu
carros, avariou fios elétricos que provocaram curtos-circuitos, inundou vilas e
vielas aprisionando pedestres, encheu ribeirões que invadiram casas.
Deu
seu recado e fugiu sorrateira antes que fosse tarde demais.
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