O
LOBO BOM E OS TRES PORQUINHOS DO MAU
Henrique Schnaider
Era
uma família terrível a dos três porquinhos, o pobre coitado do lobo bom, sofria
demais nas mãos deles. Cada vez que ele passava nas casas onde moravam era um
suplício.
O
pobre do lobo só queria matar a fome e nem pensava neles como comida. Só pedia
aos porquinhos algo para comer e assim não ter maus pensamentos. Com a barriga
vazia poderiam vir à tona, desejos escondidos de tempos passados, grurrrr,
grurrrr, onde ele sonhava em comê-los assados no espeto, mas falhava sempre. Aí
resolveu se regenerar.
Cada
vez que ele passava na casa deles. Tentando uma aproximação. Havia uma nova
armadilha e o lobo bom que em outros tempos tinha uma pelagem tão bonita, lisa
de cor brilhante. Agora estava todo chamuscado, por causa das artimanhas que
sofria.
Ele
andava com o estômago gemendo e roncando, roinnnnk roinnnnk, Os terríveis
porquinhos comiam do bom e do melhor. As casas sempre exalam aromas que mexem
com todos os meus sentidos. Guloseimas salgadas e doces dignos de chefs
cozinheiros. Eles eram bons na cozinha e o lobo rondava as casas uivando,
aaahuuu, aaahuuu com fome.
À
noite o lobo se recolhia na toca. Enfrentando o seu pior inimigo, a fome. Acabava
influenciado pela situação. Tendo terríveis pesadelos onde ele estava sendo
assado numa enorme panela fervente, cheia de legumes. Ele era o prato principal.
Na
sequência dos péssimos sonhos. Ele se via sendo servido assado. Numa mesa, em
uma travessa, com uma maçã na boca. Ele acordava suando frio ouvindo o assovio
e ronco, roinnnnk, roinnnnk, era seu estômago vazio chamando-lhe a atenção.
Ele
até deu umas voltas. Tentando comer umas frutas das árvores nas redondezas. Mas
na verdade elas não faziam parte da sua dieta.
Não lhe dava nenhum prazer ao paladar.
Maus
pensamentos já começavam a fluir. Ele tinha problemas de consciência e medo de
ter uma recaída. Mudava o foco para coisas amenas. A fim de se acalmar.
Dia
vai dia vem. Ele continuava a implorar, para mexer com o coração deles, mas
eram ruins e continuavam a fazer traquinagens. Riam muito da situação triste. Se
deliciavam por vê-lo naquele sofrimento.
O
instinto de sobrevivência falou mais alto. Não teve jeito. O lobo bom recebeu
de volta o lobo mau grurrrr, grurrrr. Não teve dúvidas foi a casa dos seus
inimigos e eles pensando que, ele ainda era bom, se descuidaram. Facilmente os
caçou.
Os
três porquinhos assados no espeto eram uma delícia, Nham, nham nham, ele
passando a língua enorme entre os lábios, de satisfação. Os olhos do lobo
brilharam de prazer e alegria. Teria comida por vários dias. Desse jeito a
história prova, que ninguém foge da sua natureza.
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