Deus demora, mas não falha.
Ana Catarina SantAnna Maués
Yolanda, mais
conhecida como dona Landinha, era uma moça velha muito alegre. Já beirava os
sessenta. Sempre viveu na casa onde nasceu, por isso os vizinhos já sabiam como
era o cotidiano dela. Todos os dias saia cedo de casa para participar da santa
missa, não importando o tempo. Chovesse ou fizesse sol, a simpática moradora da
casa de número oitocentos e noventa e seis, estava a caminho da igreja, que não
era tão longe, mas também não era tão perto. Passava, dando um bom dia festivo,
e as vizinhas linguarudas comentavam:
— Ela nunca casou?
— Que eu saiba não!
— Eu a conheço desde
menina. Ela era muito linda. Até hoje podemos notar. Não sei bem a sua idade, deve ter a minha,
pois em criança brincávamos juntas com a meninada.
_ Ela nunca namorou?
Perguntava mais uma vizinha curiosa.
_ Claro que não!
Ela gostou muito de um coleguinha nosso, mas nunca soubemos se foi
correspondida.
Landinha sabia
que era alvo de comentários deste tipo, porém não se importava. De coração
puro, entregue às coisas de Deus, os cochichos que as vezes vinha saber, não causavam-lhe
surpresa, sempre dizendo que era falta
do que fazer. Ela nem imaginava que ali
bem próximo, existia um homem, mais ou menos da sua idade, que nutria por ela
grande amor. Chamava-se Diogo.
Diogo era contador,
recente aposentado da firma FSTransporte, que se acostumou à rotina de acordar
cedo para o trabalho, e dizia quando lhe perguntavam, que adorava ver o sol
nascer, mas na verdade o que ele queria mesmo, era ver Landinha passar em
frente à sua casa, embora ela nem soubesse da sua existência.
Acredito que o
destino já tinha marcado, vai ser hoje.
Diogo como de
costume, esperava vê-la passar. Lá vem
ela, disse, e de repente debaixo da janela, ela caiu. Mais do que depressa ele
correu para acudi-la. Aconteceu uma troca de olhares apaixonado. Ele ao
levanta-la do chão e ela por se deixar carregar por um homem elegante e lindo.
Não demorou meio ano para
realizarem o que ambos já desejavam. Ele, casar depois de aposentado, e ela,
como dizia para as amigas, pedia sempre na hora da comunhão, que Jesus lhe
enviasse um bom homem para casar. Agora agradece o marido que Deus lhe deu
dizendo:
— Não precisava me jogar
no chão meu Jesus!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.