Henrique Schnaider
Gregório é zelador de um prédio de luxo numa região
onde só moram pessoas com muito dinheiro. Salário bom e o nosso herói vive uma
vida muito boa. Mora no último andar reservado para ele. Apto grande com todo
conforto onde moram ele, a esposa e dois filhos.
Nas horas vagas o Gregório aventureiro, gosta de ser
detetive e parece se dar bem, tendo resolvido alguns casos intrincados na base
da trapalhada, mas que lhe deram fama. Vira e mexe é chamado para resolver
algumas encrencas cabeludas que exigem discrição, mas ele é, além de engraçado,
também pouco discreto.
Analisando uma cena de crime, por acaso e pura
sorte, elucida o caso. Sorte é o que não lhe falta, pois, o detetive trapalhão
envereda por caminhos que um investigador não iria, e por acaso vem a solução.
Desta vez o caso aconteceu no prédio onde Gregório é
o zelador. O síndico estava possesso por uma ocorrência inusitada que aconteceu
no corredor do décimo andar, onde um animal de um dos moradores, fez suas
necessidades. O caso não poderia passar sem que se descobrisse o responsável
pelo cachorro. Iria pagar uma multa alta.
O síndico, ciente da fama do Gregório, o encarregou
de investigar a origem das fezes até que descobrisse os culpados, o cachorro e
seu dono. Nosso herói vestiu a capa, o chapéu e com a com a lupa na mão saiu
investigando como um Sherlock Holmes, sem o Dr. Watson.
O detetive trapalhão começa a investigar usando o
faro fino para sentir o cheiro dos dejetos, queria conseguir saber qual a marca
da ração. De andar em andar e com uma lista de moradores donos de pets, saiu na
caça do causador da imundície e seu dono.
Toca a campainha no primeiro apartamento e atende
uma tremenda loira, dona de um Golden Retriever. Gregório ficou todo desconcertado
engoliu seco e gaguejou perguntando:
— Por acaso, onde o seu cachorro faz as
necessidades?
— Ele faz tudo aqui em casa ou quando saio com o
carro, levo ele passear num parque e levo um saquinho. O Barney faz cocô e eu recolho,
mas por que me pergunta?
— Nada não, é que algum cachorro mal-educado fez
cocô no corredor do décimo andar, mas eu tinha certeza de que não era o seu,
falou engolindo seco.
Assim foi o detetive de andar em andar sem conseguir
avançar nas investigações. Quando chegou ao décimo andar, local do crime, não
percebeu, pisou num novo cocô, escorregou e caiu sentado se sujando todo. Mas,
para sua sorte, deu tempo de ver o dono do apto 102 entrando em casa com o
cachorro.
A investigação foi concluída com êxito apesar do
Gregório ficar todo sujo de fezes. Recebeu do síndico um presente pelo seu
êxito, um jogo de roupas novas. E o morador do apto 102 recebeu uma pesada
multa. Mais uma vez o investigador Gregório fez jus à fama de detetive
trapalhão, mas que resolve os casos que investiga.
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