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quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

CROCK O JACARÉ - Henrique Schnaider




CROCK O JACARÉ

Henrique Schnaider

 

Crock era um jacaré bonzinho, sempre sorridente, morava num zoológico lá no mundo da fantasia. Desde que nasceu era diferente em tudo.  Fez muitas amizades com a garotada que vinha todos os domingos. As crianças aproveitavam o parque e não deixavam de fazer uma visita a ele, traziam sorvete que era o doce mais saboroso e mais apreciado por ele, adorava os sabores coco limão e morango.

Ele nasceu diferente dos seus irmãos, que eram muito ferozes, nem seus dentes eram ameaçadores. Em vez de patas tinha dois bracinhos e mãos, e daí podia segurar os sorvetes de três bolas e se lambuzar todo.   

Ele não via a hora de chegar os finais de semana já que recebia inúmeras visitas das crianças que vinham cheias de docinhos pipocas bexigas amarradas em cordão, e imitação de bichos  coloridos de rosa amarelo e verde um verdadeiro arco-íris. A alegria era grande e o ambiente era dominado por uma pela felicidade. Tristeza não tinha vez por lá.

Mas havia uma menininha de nome Letícia que era a cara da miséria, pobrezinha que vinha ao Zoo na companhia da mãe e sempre dava uma passada no local onde ficava o Crock, e uma boa amizade aconteceu.

Crock descobriu que podia falar já que era todo diferente e Deus lhe deu todos estes dons que não havia ainda usado, e viu que podia escrever também. Com todas estas qualidades com muito dó da pobreza da menina e sua mãe, pensou em uma forma de ajudar.

Arrumou uma folha de papel grande e caneta tipo pincel que as crianças lhe deram e resolveu escrever um cartaz com letras bem grandes e perfeitas que dizia o seguinte:

— Meus amigos vocês que vêm todos os domingos me trazer sorvetes, estou escrevendo este cartaz pois queria pedir para que ajudassem a Leticia. Ela e sua mãe são muito pobres. Portanto vocês que estão bem de vida façam alguma coisa por elas.

Naquele mesmo domingo veio ao local visitar o Crock um homem muito rico, e quando leu o cartaz, emocionado perguntou ao jacaré:

—Oi Crock foi você que escreveu este cartaz? Puxa que interessante você além de falar, escreve muito bem, mas quem são estas pessoas? Gostaria de conhecê-las, e quem sabe poder ajudá-las.

Dali a alguns minutos chegaram Leticia e a mãe.

Roberto ficou encantado com a educação das duas e fez o convite para que fossem com ele para a sua casa, iriam morar lá. Ele iria aproveitar a mãe nos serviços da casa e iria pagar todos os estudos de Leticia.

A partir daí todos os domingos eles vinham ver o Crock. Leticia foi excelente aluna e com passar dos anos se formou em Veterinária e nessas voltas que a vida dá, acabou se tornando a Diretora Geral do Zoo.

Era importante para ela uma visita diária ao Crock, já velhinho e sempre dizia:

— Crock serei eternamente grata pelo que você fez por mim e minha mãe, algo que mudou a minha vida e você será sempre um verdadeiro pai que eu não tive.

Lágrimas rolaram dos olhos do jacaré.

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