REGINALDO O CAMPEÃO
Henrique
Schnaider
Reginaldo
era um cara dez, admirado por todos, alto imponente, musculoso, troncos
bem-feitos, a mulherada suspirava quando ele passava, olhos verdes, como
esmeraldas, chamava atenção de todos, gostava de ser o tal, adorava elogios, queria
sempre ser o rei da festa, não deixava por menos.
Era
praticante de corrida de barcos de vela ligeira, super. Campeão, já trouxera, medalhas
de prata, bronze, participando das olimpíadas, mas nunca conseguiu uma medalha
de ouro, sua grande frustração, apesar disso, não desistia nunca. As olimpíadas
estavam próximas, aconteceriam no Japão, faltavam trinta dias para o início dos
jogos.
O
rapaz treinava diariamente na lagoa Rodrigo de Freitas, no meio daquela
tremenda poluição, podridão para todos os lados, mas não esmorecia, firme na
busca daquele ouro tão sonhado, tão dourado que ofuscava os olhos.
A mãe
e a noiva Raissa incentivavam o rapaz o tempo todo, acompanhando os treinos,
não deixando que ele desanimasse, preparavam coquetéis de vitaminas para deixá-lo
bombado. Reginaldo se expunha, todo pimpão, as pessoas o olhavam com inveja.
Certa
manhã, bem cedo, lá foram os três para a lagoa, os jogos estavam próximo, eram
os últimos treinos, Reginaldo pegou seu veleiro azul ararinha, e sai para
treinar com incentivo da mãe e da noiva, eis que do nada surge uma lancha numa
velocidade de formula um e acerta em cheio o veleiro do rapaz.
Foi um
Deus nos acuda, explosão enorme, o fogo toma conta dos dois barcos, Lívia e
Raissa, entram em desespero clamando por socorro, que não tardou a chegar, com
equipamentos para combate a incêndio, lutaram para acalmar as chamas que
consumiam tudo, conseguiram tirar Reginaldo todo machucado e queimado, mas
vivo. O rapaz da outra lancha faleceu no local.
O
pobre coitado foi levado as pressas para o Hospital Sousa Aguiar, foi direto
para o centro cirúrgico tratar das queimaduras e das pernas quebradas. A
cirurgia durou sete horas, pobre do rapaz teve as duas pernas amputadas, ficou
uma semana entre vida e a morte, enfrentando o perigo de infecção generalizada
devido as fortes queimaduras, mas sobreviveu. O sonho da medalha de ouro foi-se
água abaixo, nem importava mais, a luta agora era que ele sobrevivesse.
Os
dias passam, as olimpíadas começam e Reginaldo assiste aos jogos pela
televisão, frustrado, mas feliz pois estava vencendo a dura batalha para
sobreviver, com apoio da mãe e da noiva, estava melhorando dia a dia.
A vida
sofrida no hospital, durou três meses, mas o rapaz venceu a dura luta, foi para
casa, recebendo todo carinho e amor e calor humano, das duas pessoas mais
importantes de sua vida, Lívia e Raissa.
Um ano
se passou, Reginaldo se recuperou, se adaptou as duas próteses das pernas,
voltou a ter gosto de viver apesar de tudo, não desanimou, muito pelo contrário
já está pensando em participar da próxima Paraolimpíada, certamente com todo
apoio e incentivo de sua mãe e da amada Raissa.
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