A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

AINDA HÁ TEMPO PARA AMAR - CONTO COLETIVO 2011

FIGURAS DE LINGUAGEM

DISPOSITIVOS LITERÁRIOS

FERRAMENTAS LITERÁRIAS

BIBLIOTECA - LIVROS EM PDF

quarta-feira, 16 de abril de 2025

O retorno de Billy - Alberto Landi

 



O retorno de Billy

Alberto Landi

 

O sol se punha atrás das montanhas, lançando sombras bem longas e ameaçadoras sobre o bairro tranquilo de Pearl District, elegante com lojas de luxo, restaurantes e galerias de arte, na cidade de Portland, Oregon.

Billy, um agente do FBI reformado, observava tudo da sua varanda.

Apesar de estar inativo há algum tempo, a vida havia se tornado uma rotina bem monótona, marcada sempre por dias iguais, como peças de um quebra cabeça que não se encaixavam.

Ele sempre foi um homem de disciplina, onde cada detalhe importava. Mas agora com a chegada de uma gang mexicana que aterrorizava os vizinhos, essa ordem estava prestes a desmoronar.

As noites eram preenchidas por gritos e tiros. Ele se lembrava das operações e blitz em que participava, quando a adrenalina corria em suas veias como um rio indomável.

A ideia de que sua comunidade estava sendo desfeita por criminosos ilegais o incomodava profundamente. Ele observava a fisionomia dos vizinhos, pessoas que sempre considerou como parte de sua família, e via o medo refletido em seus olhos.

Certa noite, enquanto observava os jovens da facção se reunindo em uma alameda, uma decisão começou a tomar forma em sua mente.

“Não posso ficar parado, pensou. Se não fizer nada, quem fará?”

A sensação de impotência era como uma sombra que o seguia e ele não podiam permitir que isso continuasse.

Billy voltou à ativa. Sua mente afiada e seu instinto aguçado não haviam desaparecido com a inatividade, estavam apenas adormecidos. Começou a se infiltrar no grupo usando seu conhecimento do crime para se aproximar deles sem levantar suspeitas. Cada movimento era calculado, cada palavra era uma peça de um quebra-cabeça maior.

Enquanto se aproximava deles, percebeu que a linha entre o certo e o errado começava a se desvanecer. A gang não era composta apenas por monstros, eram homens e mulheres desesperados, drogados, moldados pelas circunstâncias e pela vida que levavam.

Billy sentiu um conflito interno crescer dentro dele — como se fosse um campo minado onde cada passo poderia detonar uma explosão de consequências.

Em uma noite fatídica, enquanto se encontrava com o líder em um armazém abandonado, ele sentiu que a tensão no ar era perceptível. As palavras trocadas eram como lâminas afiadas, cortantes e perigosas. O chefe olhou para ele com desdém e disse: 

— Você acha que pode nos parar? Você é apenas um homem idoso tentando reviver glórias passadas.

A raiva borbulhou dentro dele. Sabia que estava lutando não apenas contra eles, mas contra os demônios de seu passado, os erros cometidos durante sua carreira no FBI. A batalha interna era tão intensa quanto à luta externa que enfrentava agora.

Naquele momento ele decidiu agir. Usando seu conhecimento tático e experiência em combate, ele armou uma operação com os poucos aliados que ainda confiavam nele na polícia local.

Combinando estratégias antigas com novas abordagens, ele preparou terreno para um confronto final.

A operação foi lançada sob a luz da lua cheia, as ruas de Portland tornaram-se um campo de batalha. Sons dos tiros ecoavam como trovões em uma tempestade iminente. Ele estava no centro do caos, memórias misturadas com a urgência do momento.

No calor da batalha, ele confrontou o líder novamente. Em meio ao tiroteio e desespero ao redor, Billy percebeu que não era apenas uma luta pela segurança da comunidade, mas sim uma luta pela redenção pessoal.

Precisava provar para si que ainda havia justiça neste mundo tão caótico.

Após uma troca intensa de tiros e confrontos físicos, conseguiu desarmar o chefe e entregá-lo às autoridades. O eco da polícia chegando à cena trouxe alívio para a comunidade assustada.

Com o sol nascendo novamente em Portland, ele olhou para as faces agradecidas dos vizinhos ao seu redor, finalmente sentindo que havia conseguido restaurar alguma ordem ao seu mundo. Mas sabia que essa batalha nunca acabaria completamente, as sombras do passado estariam sempre presentes.

E assim, enquanto o dia amanhecia brilhante sobre o distrito recuperado, Billy entendeu que ser um herói não significava ser perfeito. Mas sim, lutar pelo que é certo, mesmo quando as fronteiras se tornam difusas, como um artista que busca criar com cores vibrantes em vez de se limitar às sombras!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.

OLHOS D'ÁGUA - CONCEIÇÃO EVARISTO - POR PEDRO HENRIQUE PEREIRA

  Imagem criada por IA CONHEÇA UM POUCO DESSA GRANDE MULHER: VIDA E OBRA Livro OLHOS D'ÁGUA - em PDF