VÊNUS
Alberto Landi
A beleza e a paixão se entrelaçavam nas colinas de
Roma.
Vênus, a divindade do amor, observava o mundo mortal
com o coração repleto de desejos. Sua presença era como um campo de flores em
plena primavera, atraindo todos ao seu redor. Mas havia um mortal que chamou
sua atenção de uma maneira muito atraente. Adônis.
Adônis era um jovem caçador, forte e destemido, cuja
essência vibrava como o canto suave de um beija-flor.
Sua coragem e graça fascinavam Vênus, que se sentia
atraída por ele como um colibri atraído pelo néctar das flores.
Um dia, decidida a conquistar seu coração, desceu da
parte mais alta de Roma e revelou-se a ele.
— Adônis, disse ela, com uma voz suave como se fosse
o sussurro do vento entre as folhas, vem e fique comigo. Deixe as caçadas para
trás e conheça o amor eterno que te ofereço.
Mas ele, embora encantado pela beleza da divindade,
era fiel à sua paixão pela caça.
— Vênus, entendo seu chamado, mas o impulso que
sinto pela liberdade nas florestas é tão forte quanto o desejo de um beija-flor
pelo pólen das flores. Preciso seguir meu caminho.
Essas palavras cortaram o coração dela como uma
lâmina afiada. O ciúme e a frustração tomaram conta dela. Como poderia alguém
rejeitar tal amor? Ainda com lágrimas nos olhos, implorou.
Por favor, não deixe que sua paixão pela caça te
consuma. O amor que te ofereço é mais profundo do que qualquer aventura.
Mas ele estava decidido. Afastou-se dela, afirmando
precisar viver sua própria vida. O desespero tomou conta de Vênus enquanto ela
observava seu amado partir.
Na manhã seguinte, enquanto os primeiros raios de
sol iluminavam as florestas verdes ao redor de Roma, ele partiu para mais uma
caçada.
Ela observou-o à distância, seu coração dividido
entre amor e dor. Ao longe, ela viu um javali feroz se aproximar dele.
— Adônis! Gritou Vênus com todas as suas forças que
tinha.
Mas era tarde demais. O animal atacou com fúria
descontrolada e Adônis caiu no chão ferido. O grito dela ecoou pelo vale,
enquanto ela corria até ele.
Ao chegar ao lado de seu amado, ela sentiu o peso do
mundo sobre seus ombros.
— Por que você não me ouviu? Eu poderia ter salvado
você!
Ele sorriu fracamente em meio à dor.
— Vênus, disse ele com voz suave, eu sempre amarei
você, mesmo na eternidade!
A tristeza tomou conta do coração dela, enquanto
segurava seu amado em seus braços. Ela percebeu que o amor verdadeiro não
poderia ser aprisionado, ele era livre como o voo do beija-flor entre as
flores.
Ela fez uma promessa: Você viverá para sempre em meu
coração e nas flores que brotarão na primavera. Assim nasceu a tradição das
anêmonas vermelhas, flores que simbolizavam tanto a beleza quanto a fragilidade
do amor.
E assim, enquanto os anos se passavam e as estações
mudavam em Roma, ela continuou a honrar Adônis através das flores que
floresciam em sua memória, uma lembrança eterna de um amor imortal marcado por
conflito e emoção!
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