O fantástico resgate do amor de uma mãe
Alberto
Landi
Charlotte,
nascida em 1920 em Castle Combe, interior da Inglaterra, pertencia a uma família
de protestantes.
Ela
tinha sonhos frequentes que a deixavam triste, deprimida, sonhava com seu
próprio falecimento.
Estava
desesperada, pois com quatro filhos não tinha o suporte e orientação necessária
do marido, ex combatente da primeira Guerra mundial, que após retornar da
guerra se entregou a bebida, um pai infeliz
e marido ausente.
O
sonho, ao lado de certas lembranças que surgiam no estado de vigília, fazia
parte de seu quotidiano, influenciando desta maneira o seu desenvolvimento
psicológico, emocional e social.
Aconteceu
que prematuramente o sonho tornou-se realidade, deixando os filhos pequenos.
Muitos
anos se passaram...
Marta,
americana natural e moradora de San Diego, tem dois filhos.
Sua
profissão jornalista, fotógrafa e escritora.
Num
determinado dia, viu um anuncio no jornal local: Vende-se uma casa no interior
da Inglaterra, por um euro, no pequeno vilarejo de Castle Combe.
Como
requisito seria necessária uma pequena reforma e fixar residência pelo menos
por seis anos.
Como
ela sempre quis conhecer esse país, entusiasmou-se pela publicação e começou a
pesquisar.
Por
ser uma escritora, achou que seria o local adequado para exercer a profissão.
Nesse
lugar havia um pequeno castelo, que os moradores diziam ser rico em historias e
lendas imaginarias.
Castle
Combe se assemelhava a um cenário visto em filme de suspense, Psicose, ficava
no alto de uma colina, com características bem sinistras. Um vilarejo que
nasceu com os celtas e que até hoje nenhuma construção foi alterada e ou complementada.
Aproveitou
um programa de incentivo do governo e adquiriu a casa.
Ela
desde criança tinha visões com Charlotte e vivia dividida entre uma vida atual
e passada. Era como um quebra-cabeça com certas peças apagadas, outras fora de
lugar e outras nítidas, mas fáceis de se encaixarem.
Geralmente,
nas pessoas as lembranças de infância assomam de forma desordenada sem nenhuma
cronologia.
Dentre
suas lembranças, destacava-se um chalé onde morava com filhos e marido.
Lembrava
com muita clareza o lugar em que vivia bem como suas ocupações diárias.
Esses
sonhos passaram a dominar sua vida, pois eram imagens claras de uma família,
num pequeno lugar da Inglaterra.
Ela procurou
um terapeuta. O analista, após submete-la a sessões de regressão, concluiu:
--Não
são sonhos, são lembranças de vidas passadas!
Com
o apoio da família, Marta viaja para averiguar a casa, em busca de pistas de
seu passado.
Ela
pressentia que os filhos de Charlotte que apareciam nos sonhos poderiam estar vivos
e ela teria um papel relevante junto àquelas crianças de ontem. O sonho
mostrava o local, justamente o mesmo do anuncio do jornal.
O
objeto central de suas preocupações eram os filhos deixados. Ela tinha
lembranças de pessoas, lugares....
A
dor da separação dos filhos devia ter sido tão intensa, aflitiva por deixá-los
no mundo tão grande, o sentimento de culpa por não conseguir superar a morte e deixá-los
desprotegidos.
Penso
que o passado espiritual interfere diretamente sobre nossa existência atual.
Ela
se recordava de que Charlotte gostava de ler, escrever pequenos contos infantis.
A
jovem escritora, por sua vez sem muita aprendizagem escrevia desde pequena e
demonstrava com livros, habilidade que constituía herança da existência
anterior.
Tinha
necessidade de encontrar sua família da vida passada.
Aquelas
crianças tinham sido privadas ainda na infância daquilo que seus filhos atuais
estavam desfrutando agora, por isso, sentia que tinha que fazer algo a
respeito.
A
intensificação das lembranças ocorreu na mesma faixa etária, 32 anos quando
Charlotte faleceu.
Com
o material recolhido das regressões e das lembranças espontâneas, deu inicio a
uma grande busca, os filhos de sua vida anterior.
O
quebra cabeça começava a mostrar contornos mais nítidos.
Escreveu
várias cartas para os moradores locais, indagando sobre uma mulher chamada
Charlotte, que teria vivido num chalé na década de 30, num determinado lugar do
vilarejo.
Com
o passar do tempo, apenas uma carta foi respondida e decisiva.
A
mulher foi identificada como, Charlotte e os filhos tinham sido enviados para
orfanatos diferentes.
A
sua busca mostrava algum resultado.
Conseguiu
o nome e data de nascimento dos quatro filhos: George, Oliver, Elizabeth e
Bridget.
Certo
dia recebeu um telefonema inesperado, de um de seus filhos da sua existência anterior,
George.
O
encontro com ele foi com muita emoção, ela com apenas 32 anos seria uma
revelação um tanto quanto alucinatória para qualquer pessoa.
Apesar
de certa confusão no inicio, este forneceu o endereço e numero do fone de
Oliver, mas o paradeiro das meninas naquela ocasião era desconhecido, pois
foram para outro orfanato diferente dos irmãos.
George
então com 71 anos, demonstrou grande reserva e ceticismo diante desses fatos.
Ela revelou
coisas que somente ele, seus irmãos e a mãe sabiam, como que levava as crianças
para passear num pequeno lago, contava historias infantis, e que George, uma
ocasião trouxera para casa uma pequena cabra, e ainda que uma das meninas havia
se ferido na perna subindo a colina.
Ele
ficou atônito com tudo que ela contava em detalhes. Não teve dúvidas, é minha
mãe que voltou!
As
irmãs foram localizadas e já com idade acima de 60 anos.
O contato
presencial com George foi na pequena igreja local. As pessoas mais chegadas e
até o pároco, ficaram conhecendo a historia e compareceram a esse encontro. Num
longo abraço caíram num choro emocionado. Após algumas horas chegaram Oliver e
as irmãs, e as emoções continuaram.
Conseguiu
reunir em torno de si, os filhos de outra vida, reatando laços que nem o tempo
nem a morte, foram capazes de extinguir.
É uma
historia de busca e amor de uma mãe pelos seus filhos!
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